Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada de nota publicada originalmente às 6h46)
Os mercados retornam do fim de semana com o olhar dirigido às notícias da China, onde Xi Jinping falou por duas horas sobre a força do país, mas postergou a divulgação de seu Produto Interno Bruto (PIB) - sem definir nova data. Os mercados operam em alta, depois de uma semana na qual prevaleceram as perdas. A cautela com a economia ainda é a base para as negociações e a volatilidade pode voltar a prevalecer e redirecionar os investidores para posições de proteção.
As principais bolsas europeias aceleravam os ganhos modestos após um fechamento misto na Ásia. Os futuros de índices acionários nos Estados Unidos também se valorizavam, com investidores mostrando algum apetite por pechinchas após o tombo das bolsas na sexta-feira.
A cotação do petróleo mostrava volatilidade, alternando sinais positivos e negativos desde cedo. O ouro se valorizava.
No mercado de dívida, o rendimento dos títulos da dívida do Reino Unido com vencimento em 10 anos recuava 37 pontos base após a reversão do pacote de estímulos no Reino Unido pelo novo chefe do Tesouro do país, Jeremy Hunt. Para os títulos dos EUA com o mesmo vencimento, o rendimento encolhia 8 pontos base.
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→ O que move os mercados hoje
Ultrapassada a agenda mais crítica de indicadores econômicos, os investidores acompanham com interesse o impacto da crise sobre os balanços corporativos e os novos discursos de dirigentes de bancos centrais nos Estados Unidos e na Europa. Todos buscam pistas sobre as próximas investidas na política monetária global. A crise no governo do Reino Unido e seu impacto nos mercados também pairam sobre a jornada.
🏮 Promessas e incertezas. O país anunciou há pouco que vai postergar a divulgação do seu PIB, alimentando incertezas sobre o ritmo de crescimento de sua economia. O governo não forneceu nova data para o anúncio dos dados. Os analistas avaliam o impacto do discurso do presidente da China, Xi Jinping, para a economia global. O líder chinês avisou o país está “bem posicionado” para avançar no desenvolvimento e garantir a segurança, mas não abriu mão da política Covid Zero. Em meio à tensão com os EUA no mercado de chips, Jinping avisou também que a China prevalecerá no desenvolvimento de tecnologia estratégica.
👁️🗨️ Reino Unido em foco. O novo chanceler do Tesouro do Reino Unido, Jeremy Hunt, falou há pouco e acabou com as incertezas sobre o controverso plano da primeira-ministra Liz Truss. Ele eliminou os cortes de impostos e o apoio às contas de energia que a primeira-ministra havia determinado em setembro e Hunt sinalizou que pode fazer outros cortes ainda mais severos de gastos nas próximas semanas. A permanência de Truss, no entanto, ainda é uma incógnita.
✋🏽 Teto para o gás. Pressionada pelos países da União Europeia para impor um teto para os preços do gás, a Comissão Europeia estuda propor um mecanismo de redução de volatilidade nesse mercado. A proposta inclui um limite de preços nas transações no Dutch Title Transfer Facility, principal índice de negociação no mercado de gás europeu e sobre o qual a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, já disse que não reflete mais a realidade do bloco.
🪖 Drones russos. No âmbito geopolítico, a Rússia atacou Kiev pela segunda vez em uma semana. Desta vez, a capital ucraniana foi atingida por drones kamikaze que danificaram várias residências. Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia discutirão esta semana o apoio militar do Irã à invasão da Rússia e o lançamento de uma nova missão para treinar cerca de 15.000 ucranianos na UE, além de um adicional de € 500 milhões em armas.
🟢 As bolsas na sexta-feira (14): Dow Jones Industrials (-1,34%), S&P 500 (-2,37%), Nasdaq Composite (-3,08%), Stoxx 600 (+0,56%), Ibovespa (-1,95%)
As bolsas norte-americanas fecharam o último pregão da semana com perdas, com investidores considerando não só a inflação de setembro acima das previsões, mas também o aumento das expectativas de inflação para 2023, que subiram pela primeira vez em sete meses, de 4,7% para 5,1%, segundo pesquisa da Universidade de Michigan. A estimativa tende a colocar mais pressão sobre o Fed para continuar seu ciclo de aperto monetário.
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Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice de Atividade Empire State/Out, Balanço Orçamentário Federal
• Europa: Itália (Índice de Preços ao Consumidor /Set)
• Ásia: China (Balança Comercial/Set, Investimento Estrangeiro Direto, PIB/3T22, Produção Industrial/Set, Vendas no Varejo/Set, Taxa de Desemprego); Japão (Produção Industrial)
• América Latina: Brasil (Boletim Focus, IBC-Br); Colômbia (Ventas Minoristas/Ago)
• Bancos centrais: Discursos de Luis de Guindos e Philip Lane (BCE), Joachim Nagel (Bundesbank)
• Balanços: Bank of America, Bank of NY Mellon, Rio Tinto, Guaranty Bancshareso
📌 Para a semana:
• Terça: EUA (Produção Industrial, Índice do Mercado Imobiliário NAHB, Índice Redbook); Alemanha (Índice Zew/Out); Discurso de Neel Kashkari (Fed); Balanços (J&J, Roche, BHPNetflix Goldman Sachs, America Movil, Omnicom)
• Quarta: EUA (Licenças de Construção, Pedidos de Hipotecas, Livro Bege) Zona do Euro (IPC/Set); Reino Unido (IPC, IPP/Set); Discursam Neel Kashkari, Charles Evans e James Bullard (Fed); Balanços (Tesla, Procter & Gamble, Nestle, Abbot, ASML, IBM, Alcoa)
• Quinta: EUA (Pedidos de Seguro Desemprego, Índice Conference Board); Zona do Euro (Cúpula de Líderes da UE); Alemanha (IPP/Set); Discursos de Michelle Bowman, Lisa Cook e Philip Jefferson (Fed); Balanços (Volvo, L’Oreal, Hermes, Phillip Morris, AT&T, Blackstone, Danone)
• Sexta: Reino Unido (Vendas no Varejo/Set); Discurso de John Willians (Fed); Balanços (Amex, Verizon, Renault, Biotech)
(Com informações da Bloomberg News)