Breakfast

Duelo na reta final do segundo turno

Também no Breakfast de hoje: a reação do mercado ao discurso de Xi Jinping e a avaliação de gestores sobre se é hora de aumentar a exposição ao Brasil

17 de Outubro, 2022 | 06:42 AM
Tempo de leitura: 5 minutos

Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!

Insultos, acusações de corrupção, nervos à flor da pele. O debate televisivo transmitido ontem pela Band foi o primeiro encontro cara a cara para que os dois candidatos à presidência do Brasil falassem de seus planos de governo - e se acusassem mutuamente. Foram duas horas de uma intensa contenda televisiva, na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o mandatário em exercício Jair Bolsonaro tentavam cooptar eleitores antes do segundo turno eleitoral em 30 de outubro.

Ambos tiveram muita margem para atacarem um ao outro numa espécie de duelo eleitoral, já que Lula e Bolsonaro não tiveram que dividir tempo de antena com outros cinco concorrentes do primeiro turno das eleições presidenciais.

O momento foi chave para os candidatos alcançarem milhões de eleitores na reta final de uma eleição presidencial acirrada, quando cada voto conta. Eles se apressaram para garantir o apoio dos concorrentes que não chegaram ao segundo turno, bem como dos principais governadores estaduais e prefeitos que podem reunir apoiadores em seus estados e municípios. Na semana passada, Lula e Bolsonaro cruzaram o Nordeste do Brasil para cortejar os eleitores mais pobres.

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Uma das poucas vezes que a economia entrou em cena no debate de duas horas foi quando os candidatos citaram a proposta de reforma tributária como parte de uma estratégia para aumentar a receita do governo.

Os detalhes do tenso debate entre Lula e Bolsonaro

No radar dos Mercados

Os mercados retornam do fim de semana com o olhar dirigido às notícias da China, onde Xi Jinping falou por duas horas sobre a força do país, mas sem perder de vista o cenário desafiador para as economias ocidentais. Ultrapassada a agenda mais crítica de indicadores econômicos, os investidores acompanham com interesse o impacto da crise sobre os balanços corporativos e os novos discursos de dirigentes de bancos centrais nos Estados Unidos e na Europa. Todos buscam pistas sobre as próximas investidas na política monetária global. A crise no governo do Reino Unido e seu impacto nos mercados também pairam sobre a jornada.

🏮 China posicionada. Enquanto espera pelos dados do PIB chinês nesta noite, os analistas avaliam o impacto do discurso do presidente da China, Xi Jinping, para a economia global. O líder chinês avisou o país está “bem posicionado” para avançar no desenvolvimento e garantir a segurança, mas não abriu mão da política Covid Zero. Em meio à tensão com os EUA no mercado de chips, Jinping avisou também que a China prevalecerá no desenvolvimento de tecnologia estratégica.

👁️‍🗨️ Reino Unido em foco. Depois de ter demitido o ministro da economia e retrocedido de seu controverso plano fiscal, há expectativas de que a primeira-ministra do Reino Unido continue buscando apoio para se manter no cargo. O novo chanceler do Tesouro, Jeremy Hunt, disse sobre o plano original de Truss que nada está “fora da mesa” para ser analisado e eventualmente cortado. É esperado que Hunt volte a se pronunciar hoje e dê novas pistas sobre os planos para a economia do país.

✋🏽 Teto para o gás. Pressionada pelos países da União Europeia para impor um teto para os preços do gás, a Comissão Europeia estuda propor um mecanismo de redução de volatilidade nesse mercado. A proposta inclui um limite de preços nas transações no Dutch Title Transfer Facility, principal índice de negociação no mercado de gás europeu e sobre o qual a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, já disse que não reflete mais a realidade do bloco.

Leia também: Cinco assuntos quentes para o Brasil nesta semana

→ A análise completa você lê no Radar dos Mercados

Os mercados esta manhã
🟢 As bolsas na sexta-feira (14): Dow Jones Industrials (-1,34%), S&P 500 (-2,37%), Nasdaq Composite (-3,08%), Stoxx 600 (+0,56%), Ibovespa (-1,95%)

As bolsas norte-americanas fecharam o último pregão da semana com perdas, com investidores considerando não só o IPC dos EUA acima das previsões, mas também o aumento das expectativas de inflação para 2023, que subiram em setembro pela primeira vez em sete meses, de 4,7% para 5,1%, segundo pesquisa da Universidade de Michigan. A estimativa tende a colocar mais pressão sobre o Fed para continuar seu ciclo de aperto monetário.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Índice de Atividade Empire State/Out, Balanço Orçamentário Federal

• Europa: Itália (Índice de Preços ao Consumidor /Set)

• Ásia: China (Balança Comercial/Set, Investimento Estrangeiro Direto, PIB/3T22, Produção Industrial/Set, Vendas no Varejo/Set, Taxa de Desemprego); Japão (Produção Industrial)

• América Latina: Brasil (Boletim Focus, IBC-Br); Colômbia (Ventas Minoristas/Ago)

• Bancos centrais: Discursos de Luis de Guindos e Philip Lane (BCE), Joachim Nagel (Bundesbank)

• Balanços: Bank of America, Bank of NY Mellon, Rio Tinto, Guaranty Bancshares

📌 Para a semana:

• Terça: EUA (Produção Industrial, Índice do Mercado Imobiliário NAHB, Índice Redbook); Alemanha (Índice Zew/Out); Discurso de Neel Kashkari (Fed); Balanços (J&J, Roche, BHPNetflix Goldman Sachs, America Movil, Omnicom)

Quarta: EUA (Licenças de Construção, Pedidos de Hipotecas, Livro Bege) Zona do Euro (IPC/Set); Reino Unido (IPC, IPP/Set); Discursam Neel Kashkari, Charles Evans e James Bullard (Fed); Balanços (Tesla, Procter & Gamble, Nestle, Abbot, ASML, IBM, Alcoa)

Quinta: EUA (Pedidos de Seguro Desemprego, Índice Conference Board); Zona do Euro (Cúpula de Líderes da UE); Alemanha (IPP/Set); Discursos de Michelle Bowman, Lisa Cook e Philip Jefferson (Fed); Balanços (Volvo, L’Oreal, Hermes, Phillip Morris, AT&T, Blackstone, Danone)

Sexta: Reino Unido (Vendas no Varejo/Set); Discurso de John Willians (Fed); Balanços (Amex, Verizon, Renault, Biotech)

Destaques da Bloomberg Línea:

Gustavo Franco: o desafio fiscal vai além da revisão do teto de gastos

Campos Neto: queda do IPCA ainda não é motivo para comemorar

Após o 1º turno, é hora de ampliar a exposição ao Brasil? 9 gestoras respondem

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: Defesa da ‘covid zero’: como o mercado viu o discurso do líder da China | O tamanho do “waiver” fiscal | Brasil quer indicar Ilan Goldfajn para presidência do BID

• Opinião Bloomberg: Economia do luxo: gigantes do setor avançam mesmo em cenário de recessão

• Pra não ficar de fora: O ex-Credit Suisse que tirou um ano sabático e criou uma edtech com 7 mil alunos

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

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Edição: Michelly Teixeira, News Editor | Europe