Bloomberg — O Credit Suisse (CS) entrou em modo “esperar para ver” e adotou uma abordagem cautelosa com as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), maior produtora de petróleo da América Latina, na reta final da eleição presidencial.
O banco rebaixou sua recomendação para os recibos de ações (ADRs) da Petrobras de outperform - equivalente à compra - para neutro, sob a avaliação de que as expectativas de resultados sólidos e “grandes dividendos” no terceiro trimestre não compensam o risco de agora, segundo o analista Regis Cardoso em nota publicada no domingo (16).
“A realidade é que o resultado eleitoral pode de fato mudar a direção da empresa”, disse Cardoso, que baixou seu preço-alvo de US$ 20 para US$ 16. “Preferimos reduzir a exposição e esperar que a etapa final da volatilidade eleitoral venha e passe”, disse ele, acrescentando que “não tem medo de perder um possível rali”.
Os ADRs da Petrobras dispararam após o primeiro turno da eleição presidencial, que sinalizou uma chance de vitória do presidente Jair Bolsonaro (PL) maior do que as pesquisas de intenção de voto foram capazes de captar. Enquanto os investidores consideram improvável uma grande guinada na maior economia da América Latina após a votação de 30 de outubro, Bolsonaro e o ex-presidente Lula (PT) têm opiniões divergentes sobre a privatização de empresas estatais.
Bolsonaro disse em agosto que deu sinal verde para sua equipe econômica avaliar a privatização da gigante do petróleo. No primeiro debate do segundo turno das eleições, Lula disse que privatizar a Petrobras é uma “loucura”. Uma pesquisa do Datafolha divulgada em 14 de outubro mostrou Lula com 53% dos votos válidos em um cenário de segundo turno, enquanto Bolsonaro teve 47%.
A classificação de consenso da ação - uma proxy de suas recomendações de compra, manutenção e venda - é de 4,07 em 5, mostram dados da Bloomberg News. Os ADRs da Petrobras subiram 27% desde o início do ano.
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