Por que a Kinea decidiu elevar a posição em ativos do Brasil

Gestora com R$ 68 bilhões sob gestão aponta que os fundamentos da economia parecem melhores do que qualquer país e que há incentivos para moderação na política econômica em 2023

Por

Bloomberg — A Kinea Investimentos aumentou ao longo de setembro a exposição a risco no Brasil e enxerga incentivos para que o governo adote moderação na política econômica a partir de 2023, depois da formação de um Congresso visto como mais favorável ao mercado.

A gestora, que possui mais de R$ 68 bilhões sob gestão segundo a Anbima, tem adicionado posições em Brasil ao avaliar que os ativos locais continuam com valuations atrativos e também por acreditar que a composição do Legislativo pode frear ímpetos heterodoxos na economia.

“O mercado achou muito positivo que, independentemente de quem seja o próximo presidente, o Congresso teve uma renovação muito baixa e com o aumento das bancadas de centro-direita”, disse Denis Ferrari, gestor de renda fixa da Kinea, em entrevista.

Além disso, os fundamentos da economia brasileira, como a inflação cadente e o melhor ponto de partida fiscal, também parecem melhores que qualquer país em qualquer métrica. “A situação está mais ou menos em ordem e há incentivos a um governo moderado.”

A estratégia dos fundos multimercado da Kinea é comprada (que ganha com a alta) na bolsa brasileira e no real contra o dólar, e vendida (que lucra com a queda) em inflação implícita. De acordo com Ferrari, a preferência por bolsa e moeda em detrimento de juros tem a ver com a precificação agressiva de cortes na Selic. Operadores já embutem mais de 250 pontos de flexibilização da taxa básica de juros para 2023.

“Já a inflação ainda está alta para tanto corte de juros precificado, e nos últimos meses tem funcionado ganhar dinheiro vendendo implícita”, disse Ferrari.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

JPMorgan tem maior receita com juros da história na esteira do Federal Reserve