Por que a Kinea decidiu elevar a posição em ativos do Brasil

Gestora com R$ 68 bilhões sob gestão aponta que os fundamentos da economia parecem melhores do que qualquer país e que há incentivos para moderação na política econômica em 2023

Gestora tem adicionado posições em Brasil ao avaliar que os ativos locais continuam com valuations atrativos
Por Felipe Saturnino
16 de Outubro, 2022 | 08:52 AM

Bloomberg — A Kinea Investimentos aumentou ao longo de setembro a exposição a risco no Brasil e enxerga incentivos para que o governo adote moderação na política econômica a partir de 2023, depois da formação de um Congresso visto como mais favorável ao mercado.

A gestora, que possui mais de R$ 68 bilhões sob gestão segundo a Anbima, tem adicionado posições em Brasil ao avaliar que os ativos locais continuam com valuations atrativos e também por acreditar que a composição do Legislativo pode frear ímpetos heterodoxos na economia.

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“O mercado achou muito positivo que, independentemente de quem seja o próximo presidente, o Congresso teve uma renovação muito baixa e com o aumento das bancadas de centro-direita”, disse Denis Ferrari, gestor de renda fixa da Kinea, em entrevista.

Além disso, os fundamentos da economia brasileira, como a inflação cadente e o melhor ponto de partida fiscal, também parecem melhores que qualquer país em qualquer métrica. “A situação está mais ou menos em ordem e há incentivos a um governo moderado.”

A estratégia dos fundos multimercado da Kinea é comprada (que ganha com a alta) na bolsa brasileira e no real contra o dólar, e vendida (que lucra com a queda) em inflação implícita. De acordo com Ferrari, a preferência por bolsa e moeda em detrimento de juros tem a ver com a precificação agressiva de cortes na Selic. Operadores já embutem mais de 250 pontos de flexibilização da taxa básica de juros para 2023.

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“Já a inflação ainda está alta para tanto corte de juros precificado, e nos últimos meses tem funcionado ganhar dinheiro vendendo implícita”, disse Ferrari.

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