Bloomberg — Integrantes da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontam que já há consenso entre economistas de que o próximo governo precisará de uma licença para gastar acima do limite do teto de gastos em 2023 - a dúvida é de quanto será esse chamado waiver fiscal.
Segundo aliados de Lula, os R$ 400 bilhões apontados por estudos da Fundação Getulio Vargas são exagerados. Mas os R$ 100 bilhões calculados por algumas consultorias também não fecham a conta.
Lula resiste em apontar agora um nome para o comando do Ministério da Economia caso seja eleito. Integrantes de sua campanha, no entanto, não descartam a possibilidade de o petista escolher um grupo de emissários para sinalizar sua agenda econômica na reta final da corrida eleitoral.
Esse triunvirato poderia ser composto de economistas de esquerda, mais ligados à Fundação Perseu Abramo, a fundação do PT, agregando ao grupo nomes de perfil liberal que embarcaram na campanha de Lula nas últimas semanas. Seria mais uma forma de mostrar um aceno ao centro.
Alinhamento do teto
Economistas do PT já começaram a conversar individualmente e de maneira informal com nomes queridos ao mercado que declararam apoio a Lula nas últimas semanas como os ex-presidentes do BC Armínio Fraga e Pérsio Arida. Todos concordaram que a nova regra fiscal precisa ser factível, transparente e trazer algum mecanismo de avaliação dos gastos públicos.
Não há consenso ainda sobre o que deve entrar no lugar da atual regra. O desenho, afirmam os economistas que aconselham Lula, vai ser acertado não apenas entre o PT e os demais partidos que apoiam o ex-presidente, mas também com o Congresso.
Vira voto
Integrantes da campanha do PT acreditam que ainda é possível virar 1,5 milhão de votos a favor de Lula no Nordeste até o segundo turno. O trabalho agora é reduzir o alto índice de abstenção do primeiro turno, de 20,94%. Uma das ideias é aproveitar para reforçar a campanha na Bahia, quarto maior colégio eleitoral do Brasil, onde a eleição para governador foi ao segundo turno.
Esses integrantes afirmam ainda que a conclusão das eleições legislativas ajuda Lula. Com Câmara e Senado definidos, vários candidatos que trabalharam contra o ex-presidente já desmobilizaram comitês de campanha.
Senado ou Esplanada?
Senadora eleita pelo Distrito Federal, a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves está de olho na presidência da casa. Outra interessada no posto também é a nova senadora pelo Mato Grosso do Sul e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Segundo integrantes da campanha do presidente Jair Bolsonaro, Damares também é candidata a voltar para a equipe ministerial em caso de reeleição. Sua pasta, inclusive, seria ampliada num eventual segundo mandato de Bolsonaro. Ela passaria a ter sob seu comando atribuições que hoje são da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
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