Bloomberg — Os preços do petróleo caminhavam para uma perda semanal, com as medidas de combate à inflação dos bancos centrais arriscando o crescimento e a demanda chinesa ainda fraca em meio aos lockdowns.
Os futuros do West Texas Intermediate (WTI) caíam para US$ 88 o barril nesta sexta-feira (14) e mais de 4% esta semana. A inflação nos Estados Unidos saltou para uma alta de 40 anos no mês passado, estimulando as expectativas de que o Federal Reserve, o banco central americano, terá que continuar aumentando as taxas de juros - que podem desacelerar o crescimento e potencialmente afetar o consumo de energia.
O petróleo também enfrenta dificuldades com a demanda na China, o maior importador, ainda moderada com o governo pressionando sua política Covid-Zero. Os casos persistiram esta semana, inclusive em Xangai, no período que antecede o importante Congresso do Partido Comunista do país.
O petróleo enfrenta a dualidade entre a possível recessão da economia global e a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados de cortar a produção. Os preços se recuperaram 16% na semana passada, depois que a Opep+ concordou em retirar grandes quantidades de oferta do mercado. Mas isso foi parcialmente desfeito desde então, com a Agência Internacional de Energia alertando que os cortes na produção arriscavam levar a economia global à recessão.
A queda de preços desta semana é “em resposta a uma perspectiva de demanda moderada contínua em todo o mundo, especialmente na China”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank. Ainda assim, a redução na demanda pode não ser suficiente para evitar que os preços subam devido ao aperto na oferta, disse ele.
Preços do petróleo
- O WTI para entrega em novembro caía 0,9%, para US$ 88,30 por barril às 8h30 (horário de Brasília)
- O Brent para dezembro recuava 0,9%, a US$ 93,73 por barril.
A decisão da Opep+ enfureceu o governo Biden, com autoridades críticas ao papel da Arábia Saudita dizendo que a medida ajudará a manter a receita fluindo para Moscou para apoiar sua invasão da Ucrânia. O presidente Joe Biden - que ordenou liberações da Reserva Estratégica de Petróleo no início deste ano - disse que anunciaria novas ações na próxima semana para combater os altos preços da gasolina nos EUA.
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