JPMorgan tem maior receita com juros da história na esteira do Federal Reserve

Banco gerou US$ 17,6 bilhões em receitas com juros no terceiro trimestre, correspondente ao dinheiro que ganha em empréstimos menos o que paga por depósitos

JPMorgan divulga resultados do terceiro trimestre
Por Hannah Levitt
14 de Outubro, 2022 | 09:34 AM
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Bloomberg — O JPMorgan & Chase (JPM) apresentou a maior receita líquida com juros de todos os tempos para um trimestre e elevou o guidance para o ano, na esteira das altas de juros do Federal Reserve, o banco central americano.

O banco gerou US$ 17,6 bilhões em receitas com juros no terceiro trimestre, correspondente ao dinheiro que ganha em empréstimos menos o que paga por depósitos.

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“Nos EUA, os consumidores continuam gastando por causa do sólido equilíbrio da folha de pagamento e das vagas de emprego abundantes”, disse o CEO da empresa, Jamie Dimon, em uma declaração desta sexta-feira (14).

“No entanto, há ventos contrários significativos imediatamente à nossa frente”, disse o CEO, citando a alta inflação, que leva a uma alta das taxas de juros globais, além da guerra da Ucrânia e do avanço dos preços do petróleo.

Os investidores analisam nesta sexta-feira o resultado de quatro dos maiores bancos dos EUA em busca de pistas sobre como os consumidores e as empresas estão se saindo à medida que as taxas de juros aumentam e as ameaças de recessão continuam. Wells Fargo (WFC), Citigroup (C) e Morgan Stanley (MS) também divulgaram os resultados do terceiro trimestre na sexta, com o Bank of America (BAC) e o Goldman Sachs (GS) reportando na próxima semana.

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Em uma conferência na quinta-feira, Dimon, do JPMorgan, disse não achar que os EUA podem evitar uma recessão, já que o Federal Reserve deve seguir aumentando as taxas de juros para sufocar a inflação. O CEO declarou que seu “instinto” diz que a taxa de referência do banco central provavelmente terá que subir acima do nível de 4% a 4,5% que muitos economistas estão prevendo, à medida que as pressões de preços persistem. O núcleo da inflação, excluindo alimentos e energia, saltou para uma alta de 40 anos de 6,6% em setembro em relação ao ano anterior, mostraram dados divulgados na quinta-feira.

As ações do JPMorgan, que acumulam queda de 28% este ano, subiam 4,4% às 11h05 (horário de Brasília), em Nova York. O ganho de 12% desde quarta representa a sequência de três dias mais forte para os papéis desde novembro de 2020.

Mais resultados do JPMorgan

Os resultados foram prejudicados por uma perda líquida de investimentos de US$ 959 milhões, que “refletiu perdas líquidas mais altas nas vendas de títulos do Tesouro dos EUA e títulos lastreados em hipotecas”, disse a empresa com sede em Nova York no comunicado.

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O JPMorgan elevou o guidance para a receita com juros deste ano, excluindo seus negócios de mercados, dizendo que agora espera cerca um levantamento de US$ 61,5 bilhões. A empresa disse em julho que retiraria pelo menos US$ 58 bilhões dessa fonte.

O JPMorgan suspendeu temporariamente as recompras de ações em julho para atender rapidamente às exigências de capital mais altas, mantendo a flexibilidade para navegar em um ambiente econômico em mudança.

As despesas não relacionadas a juros do JPMorgan aumentaram 12%, para US$ 19,2 bilhões, um pouco abaixo do que os analistas esperavam. Os gastos da empresa têm sido um foco importante para os investidores este ano, depois que os executivos previram um aumento de 8,6% em relação a 2021. Os custos aumentaram 7% nos primeiros nove meses do ano.

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--Com informações da Bloomberg News

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