Bloomberg — Jovens americanos ricos, em boa parte conhecidos como millennials, perderam a confiança no mercado de ações como principal veículo de geração de riqueza e estão cada vez mais recorrendo a investimentos alternativos, segundo pesquisa do Bank of America (BAC).
Indivíduos de 21 a 42 anos com pelo menos US$ 3 milhões em ativos têm apenas um quarto de sua carteira em ações, ante mais da metade para os mais velhos, de acordo com o estudo.
Gestores de patrimônio tradicionalmente recomendam mais exposição ao mercado de ações para pessoas mais jovens, devido à sua janela de investimento mais longa. Isso funciona historicamente, com um retorno médio anualizado de quase 12% do S&P 500 desde sua criação em 1957 até o final de 2021. Desde o início do ano, no curto prazo, o índice caiu 24% em meio a turbulências e inflação alta.
A falta de confiança na renda variável indica que as gerações mais jovens pensam cada vez mais que “um portfólio tradicional de ações e títulos não vai entregar retornos acima da média ao longo do tempo”, disse Jeff Busconi, diretor de operações do Bank of America Private Bank, em entrevista. “Tivemos uma alta muito forte no mercado de ações na última década e agora estamos vivendo tempos voláteis.”
Os jovens ricos veem mais potencial em ativos como criptomoedas, imóveis e private equity. O estudo do Bank of America, que entrevistou 1.052 pessoas com capacidade de investimento de mais de US$ 3 milhões, descobriu que os mais jovens alocaram 15% de seu portfólio em moedas digitais, ante apenas 2% entre os entrevistados mais velhos.
“É algo que estamos observando, mas a exposição à criptomoeda ainda é relativamente baixa entre nossa base de clientes”, disse Busconi.
Os mais velhos transferirão cerca de US$ 84 trilhões de seu patrimônio para a Geração X e os millennials entre agora e 2045, de acordo com pesquisa de mercado da Cerulli Associates. A maior parte desse dinheiro será destinada aos herdeiros, enquanto cerca de 15% será doado para a filantropia.
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