Inflação nos EUA: CPI avança 0,4% em setembro e supera expectativas

Alta de preços ao consumidor amplia pressão sobre o Federal Reserve três semanas antes da próxima reunião; núcleo do índice subiu 0,6% no mês passado

Pressões inflacionárias nos EUA em patamares históricos estão motivando a autoridade monetária a sinalizar novas elevações dos juros
13 de Outubro, 2022 | 09:35 AM

Bloomberg Línea — Os Estados Unidos registraram uma alta de 0,4% no Índice de Preços ao Consumidor (conhecido como CPI, na sigla em inglês) em setembro, segundo divulgação do governo americano. Na comparação anual, a taxa subiu 8,2%. Esse indicador estava em 8,3% em agosto.

Economistas de mercado esperavam uma alta de 8,1% na taxa anual em setembro, segundo compilação de projeções da Bloomberg News.

Isso indica que o alívio nos preços dos combustíveis com a queda nas cotações do petróleo não foi o suficiente para desacelerar ainda mais o avanço dos preços na maior economia do mundo.

Logo depois da divulgação da inflação, os futuros dos índices americanos reverteram os ganhos do começo do dia e passaram a cair.

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Mas, com as sessões abertas, tanto o S&P 500 como a Nasdaq operam em alta por volta do meio-dia.

O chamado núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui as categorias de alimentos e energia, subiu 0,6%, mesmo número de agosto. É a maior alta para um mês de setembro desde 1988. A expectativa de economistas, medida pela Bloomberg News, era a de uma alta de 0,4% para o núcleo no mês passado, com avanço anual de 6,5%.

Os novos dados voltam a colocar mais pressão sob o Federal Reserve, o banco central americano, para um novo aumento agressivo das taxas de juros na reunião de política monetária nos dias 1 e 2 de novembro.

Mesmo assim, alguns analistas estão vendo sinais de que o núcleo da inflação atingiu o pico e está finalmente em declínio, embora isso possa levar algum tempo.

“Provavelmente estamos perto de um pico, mas, dito isso, não acho que teremos um retorno rápido a números mais baixos, em parte por causa da persistência da inflação de aluguéis, disse Michael Feroli, economista-chefe do JPMorgan para os EUA, à Bloomberg News.

O relatório enfatiza como a alta inflação se ampliou em toda a economia americana, forçando muitos a depender de poupança e cartões de crédito para acompanhar a alta dos preços. Embora o aumento deva moderar nos próximos meses, será uma caminhada lenta até o Fed atingir a meta de 2%.

Os formuladores de políticas responderam com a campanha de aperto mais agressiva desde a década de 1980, mas até agora, o mercado de trabalho e a demanda do consumidor permaneceram resilientes. A taxa de desemprego voltou a uma baixa de cinco décadas em setembro, e as empresas continuam aumentando os salários para atrair e reter os funcionários necessários para atender à demanda das famílias.

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- Com informações da Bloomberg News

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.