Bloomberg Línea — Ainda sob o efeito dos cortes de impostos e da consequente redução de preços de combustíveis, a inflação brasileira ao consumidor registrou a terceira queda mensal consecutiva, de 0,29% em setembro, embora de menor magnitude do que as duas anteriores (julho e agosto).
É a primeira vez na série histórica em que o índice cai por três medições seguidas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
No ano, a inflação acumulada é de 4,09% e, nos últimos 12 meses, de 7,17%.
A categoria de Transportes, na qual os preços de combustíveis entram, registrou deflação de 1,98%; o grupo de Alimentação e Bebidas recuou 0,51%. Na ponta dos aumentos, o destaque foi a categoria Vestuário, na qual os preços subiram 1,77% no mês passado.
O resultado alivia em parte a pressão sobre o Banco Central na condução da política monetária, embora as projeções para 2023 continuem a ser um dos principais componentes observados pelos integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária). A próxima reunião será nos dias 25 e 26 deste mês.
Segundo previsões do Boletim Focus, a expectativa mediana da inflação no próximo ano é de 5,00%, ligeiramente acima do teto da meta oficial de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual - ou seja, até 4,75%.
A taxa está no patamar de 13,75% ao ano, depois de decisão na última reunião, no fim de setembro, pela manutenção do juro.
Alimentação
O grupo alimentação e bebidas passou de uma alta de 0,24% em agosto para uma queda de 0,51% em setembro, puxado pela alimentação no domicílio. Os preços do leite longa vida caíram 13,71%, mas o produto ainda tem alta de 36,93% no acumulado dos últimos 12 meses.
Além do leite, destaca-se também a redução nos preços do óleo de soja (-6,27%). Entre as altas, a maior contribuição (0,02 p.p.) veio da cebola (11,22%), cujos preços já haviam subido em agosto (5,12%).
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