IPCA cai 0,29% em setembro e emenda 3 meses de deflação pela 1ª vez

Retração dos preços ao consumidor acontece na esteira dos cortes de impostos sobre combustíveis e alivia pressão sobre o Banco Central

O grupo alimentação e bebidas passou de alta de 0,24% em agosto para queda de 0,51% em setembro
11 de Outubro, 2022 | 09:11 AM

Leia esta notícia em

Espanhol

Bloomberg Línea — Ainda sob o efeito dos cortes de impostos e da consequente redução de preços de combustíveis, a inflação brasileira ao consumidor registrou a terceira queda mensal consecutiva, de 0,29% em setembro, embora de menor magnitude do que as duas anteriores (julho e agosto).

É a primeira vez na série histórica em que o índice cai por três medições seguidas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

No ano, a inflação acumulada é de 4,09% e, nos últimos 12 meses, de 7,17%.

A categoria de Transportes, na qual os preços de combustíveis entram, registrou deflação de 1,98%; o grupo de Alimentação e Bebidas recuou 0,51%. Na ponta dos aumentos, o destaque foi a categoria Vestuário, na qual os preços subiram 1,77% no mês passado.

PUBLICIDADE

O resultado alivia em parte a pressão sobre o Banco Central na condução da política monetária, embora as projeções para 2023 continuem a ser um dos principais componentes observados pelos integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária). A próxima reunião será nos dias 25 e 26 deste mês.

Segundo previsões do Boletim Focus, a expectativa mediana da inflação no próximo ano é de 5,00%, ligeiramente acima do teto da meta oficial de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual - ou seja, até 4,75%.

A taxa está no patamar de 13,75% ao ano, depois de decisão na última reunião, no fim de setembro, pela manutenção do juro.

Alimentação

O grupo alimentação e bebidas passou de uma alta de 0,24% em agosto para uma queda de 0,51% em setembro, puxado pela alimentação no domicílio. Os preços do leite longa vida caíram 13,71%, mas o produto ainda tem alta de 36,93% no acumulado dos últimos 12 meses.

Além do leite, destaca-se também a redução nos preços do óleo de soja (-6,27%). Entre as altas, a maior contribuição (0,02 p.p.) veio da cebola (11,22%), cujos preços já haviam subido em agosto (5,12%).

Leia mais

A visão de Figueiredo sobre o mercado de capitais após a fusão de Mauá e Jive

Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.