Fusão entre assets cria trampolim para investimentos alternativos

No Breakfast de hoje: Mercados se preparam para uma difícil safra de balanços, Portugal quer tributar ganhos sobre criptomoedas e principal acionista do Nubank mira filantropia

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Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!

Sócio-fundador e CEO da Mauá Capital, uma das gestoras mais tradicionais do país, Luiz Fernando Figueiredo está de mudança para um novo escritório após a fusão com a Jive, anunciada em maio. O negócio, que acaba de ser concluído, forma uma casa independente com cerca de R$ 14 bilhões em ativos sob gestão.

O foco é principalmente em investimentos alternativos – isto é, em ativos como participações em projetos imobiliários, de infraestrutura, do setor agrícola e também distressed (em recuperação após dificuldades financeiras), uma área de especialidade da Jive.

Figueiredo, que passa a ocupar o cargo de presidente do conselho da nova operação, disse à Bloomberg Línea que a fusão com a Jive Investments consolida uma visão que ele tinha quando passou a investir em alternativos há cerca de uma década, apostando em ativos ligados à economia real e perfil de longo prazo.

A expectativa era a de que o mercado brasileiro iria evoluir e se tornaria mais parecido com os dos demais países, onde os ativos não líquidos têm mais relevância do que aqui e oferecem uma boa oportunidade de retorno. É uma visão de desenvolvimento do mercado de capitais de longo prazo.

Apesar dos juros elevados atualmente, Figueiredo, que foi diretor de política monetária do Banco Central, acredita que o Brasil continuará seguindo esse caminho e fazendo reformas estruturais que melhoram o ambiente de negócios, independentemente do candidato vencedor nas eleições.

Leia a matéria completa para saber mais sobre estes novos contornos do mercado de capitais

No radar dos Mercados

A pressão vendedora se faz presente em mais uma sessão, com os investidores moderando seu apetite por risco enquanto ponderam alertas sobre recessão nas grandes economias. A guerra da Rússia contra a Ucrânia vem ganhando tons mais dramáticos, o que também esfria o ânimo dos operadores. Além disso, a inflação nos Estados Unidos e os balanços corporativos do último trimestre, vetores desta semana, podem indicar ao mercado o rumo do ciclo de aperto monetário.

👁️ Foco de atenção. O FMI divulga hoje seu relatório com as previsões para a economia mundial e as expectativas não são reconfortantes. Tanto o FMI como Banco o Mundial já alertaram ontem sobre “perigo real” de recessão, que se alimenta do ciclo insidioso de enfraquecimento das economias, persistência da inflação e atuação dura de bancos centrais para controlar preços. O prêmio Nobel de Economia e ex-presidente do Fed, Ben Bernanke, também disse ser necessário prestar “muita atenção” ao atual cenário.

🔻 Pressão no setor tech. Na manhã de hoje, os fabricantes de microprocessadores - e empresas que altamente dependentes deste componente - voltavam a encadear perdas. A administração Biden anunciou na semana passada a restrição das exportações de tecnologia de semicondutores à China, uma tentativa de frear o impulso do país asiático para desenvolver sua própria indústria de chips. A medida aumenta a tensão entre os dois países e adiciona mais incertezas a uma indústria que enfrenta uma queda na demanda.

🪖 Tensão no front. Os ataques da Rússia contra alvos civis e de infraestrutura na Ucrânia representam uma escalada importante e continuam hoje com mísseis alcançando Zaporizhzhia, enquanto as sirenes de ataque aéreo soaram em toda a Ucrânia. O país interrompe as exportações de eletricidade a partir de hoje, depois que suas instalações de energia foram atingidas. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu mais apoio com sistemas avançados de defesa aérea e a União Europeia denunciou os ataques de ontem como “crimes de guerra”.

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🟢 As bolsas ontem (10): Dow Jones Industrials (-0,32%), S&P 500 (-0,75%), Nasdaq Composite (-1,04%), Stoxx 600 (-0,40%), Ibovespa (-0,37%)

As bolsas dos EUA encerraram o primeiro pregão da semana com perdas em meio a temores de uma possível recessão econômica. Na semana passada, os mercados fecharam no vermelho com a expectativa de que o Fed continuará seu ciclo de aperto monetário. Ontem essa perspectiva foi reforçada pela vice-presidente do Fed, Lael Brainard, que afirmou ser necessário sustentar o aperto da economia “por algum tempo” para garantir o retorno da inflação à meta.

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Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Índice de Otimismo entre Pequenas Empresas NFIB/Set, Expectativa de Inflação ao Consumidor-Fed, Índice Redbook, Reuniões do FMI

• Europa: Reino Unido (Taxa de Desemprego/Ago, Índice RICS de Preços de Imóveis/Set); Itália (Produção Industrial/Ago)

• Ásia: Japão (Índice Economy Watchers/Set, Encomendas de Maquinaria/Ago)

• América Latina: Brasil (IPCA/Set)

• Bancos centrais: Discursos de Loretta Mester e Patrick Harker (Fed), Philip Lane e Andrea Enria (BCE), Andrew Bailey (presidente do BoE) e John Cunliffe (BoE)

📌 Para a semana:

Balanços: JPMorgan Chase & Co, Citigroup Inc, Morgan Stanley, BlackRock, Delta Air Lines, Fast Retailing, Infosys, PepsiCo, TSMC, Tata Consultancy, UnitedHealth, U.S. Bancorp, Walgreens Boots, Wells Fargo, Wipro

Quarta: Ata do FOMC/Fed sobre a reunião de setembro. EUA (IPP/Set), Contratações de Hipotecas). Informe mensal da OPEP sobre o mercado de petróleo. Discursos de Michelle Bowman e Neel Kashkari (Fed) e de Christine Lagarde (presidente do BCE)

Quinta: EUA (CPI, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego). Reunião dos ministros de Finanças e dos bancos centrais do G-20.

Sexta: EUA (Vendas no Varejo/Set, Estoques das Empresas/Ago, Sentimento do Consumidor- Univ. de Michigan); China (IPC/Set, IPP/Set e Balança Comercial). Compra de emergência de bônus pelo Bank of England (BoE) prevista para terminar.

Destaques da Bloomberg Línea:

Bernanke, ex-Fed, ganha Nobel de Economia por estudo sobre crise financeira

PagSeguro faz mudanças na gestão e passa a ter um único CEO

O novo projeto de David Vélez e Mariel Reyes é uma plataforma para filantropia

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante:Verde: Pêndulo dos mercados mostra exageros e impacto virá para todas as economias | Portugal quer tributar ganhos sobre criptomoedas em 2023 | Goldman e Morgan Stanley alertam investidor para safra difícil de balanços

• Opinião Bloomberg: Devemos celebrar o Nobel de Economia de 2022 com o pé atrás

• Pra não ficar de fora: Maluma investe em foodtech colombiana que mira o Brasil

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Edição: Michelly Teixeira, News Editor | Europe