O melhor bar do mundo fica escondido em uma porta de geladeira

Últimas cotações

Bloomberg — O melhor bar do mundo mudou.

O Paradiso, um bar escondido atrás de uma loja de pastrami no bairro do El Born em Barcelona, foi nomeado o melhor bar do mundo pelo World’s 50 Best Bars. É a primeira vez que um estabelecimento fora de Nova York ou Londres ganha o prêmio. A entrada escondida do bar é uma porta de um refrigerador que fica atrás de um balcão da charcutaria. O bar apresenta um dramático teto de madeira arqueado e coquetéis como o ponche de leite defumado com bourbon e tahini.

O segundo lugar no ranking ficou para o Tayer & Elementary, bar londrino que mistura bebidas casuais na parte da frente e coquetéis mais ambiciosos na parte de trás. No ano passado, ele também ficou em segundo lugar. O terceiro na lista foi o Sips, outro bar de Barcelona que subiu 34 lugares, após ficar em 37º no ano passado.

A cervejaria com a melhor classificação dos últimos dois anos, o Connaught Bar, ficou na 8ª posição este ano, uma queda notável. “Ele perdeu a coroa”, disse o apresentador Mark Sansom, diretor de conteúdo do World’s 50 Best Bars.

Nova York ainda predomina na lista. Seis bares da cidade estão entre os 50 melhores, incluindo o Overstory, que fica no 64º andar de um edifício de escritórios no Financial District. O peculiar Double Chicken Please, especializado em coquetéis voltados para a comida que fica no Lower East Side, foi o melhor posicionado entre os novos do ranking, no 6º lugar.

Os prêmios deste ano foram anunciados em um evento ao vivo com mil convidados em Barcelona. Foi a primeira vez desde que a premiação começou em 2009 que a cerimônia não aconteceu em Londres – em 2020, os prêmios foram anunciados virtualmente.

Com o novo local veio um número incomum de novas inscrições: um total de 14 entre os 50. Entre eles estavam estabelecimentos de cidades que fizeram suas estreias, incluindo o Red Frog de Lisboa e o L’Antiquario, de Nápoles, na Itália.

A lista tinha algumas omissões notáveis. Tanto El Copitas, em São Petersburgo, quanto o Insider Bar, em Moscou – classificados no 8° e 13° lugar no ano passado – não foram considerados porque a Rússia invadiu a Ucrânia no início deste ano. “Como uma organização, não acreditamos que seja correto promover a Rússia como um destino no momento atual”, diz Sansom. “Reconhecemos todos aqueles na Rússia que denunciaram corajosamente as ações de seus líderes”.

Entre os prêmios individuais concedidos durante a cerimônia, o prêmio Campari One to Watch foi dado ao bar escandinavo minimalista Roda Huset, em Estocolmo, em 78ª colocação na lista. O comitê destacou a capacidade do bar de chegar ao topo da lista no futuro. O título Ketel One Sustainability foi para o Little Red Door, em Paris. E o prêmio Michter’s Art of Hospitality foi entregue ao Hanky Panky na Cidade do México. Foi a primeira vez que o prêmio foi entregue a um estabelecimento no México.

Entre os lugares de prestígio que ficaram de fora dos 50 primeiros estão o SG Club de Tóquio, que caiu do 18º para o 63º lugar. O Re, em Sydney, caiu mais de 40 posições, do nº 46 para o nº 87.

A lista demonstrou a importância de flexibilizar as restrições contra a covid-19. A Cidade do México, que recebeu os visitantes antes que a maioria das outras cidades após o início da pandemia, teve três bares nos 15 primeiros lugares, mais do que qualquer outro país. Tóquio, conhecida por sua talentosa cultura de coquetéis, teve apenas um bar: o Bar Benfiddich, em 48º lugar.

A lista anual é compilada pelo World’s 50 Best Bars, afiliado ao World’s 50 Best Restaurants; ambos são propriedade da William Reed Business Media, do Reino Unido. Mais de 650 especialistas em bebidas de todo o mundo – incluindo barmen, escritores e consultores – votaram considerando suas experiências de janeiro de 2021 a julho de 2022.

Antes da pandemia, os eleitores podiam dar até cinco votos para lugares em seu país de origem; pelo menos dois votos tinham que ser internacionais. Para tratar das restrições de mobilidade em cidades como Tóquio, a associação permitiu que os eleitores que não podiam viajar limitassem a votação a cinco vagas regionais. “Embora as diretrizes de votação não estejam de volta aos regulamentos pré-pandemia, fizemos mudanças na forma da votação para garantir o voto mais autêntico possível”, diz Sansom.