Por que os EUA compraram medicamentos para emergências nucleares

Porta-voz do governo explicou os motivos, mas não confirmou se está relacionado a comentários de Biden sobre a possibilidade de Putin usar armas nucleares

Biden disse na semana passada que estava preocupado que a ameaça do presidente russo de usar armas nucleares táticas seja real
08 de Outubro, 2022 | 05:17 PM

Bloomberg Línea — O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos anunciou que usou US$ 290 milhões para comprar o medicamento Nplate, da Amgen USA Inc., aprovado para tratar lesões nas células sanguíneas causadas pela síndrome de radiação aguda em adultos e crianças.

A agência do governo argumentou que a aquisição fazia parte de um “programa de longa data para estar melhor preparado para salvar vidas após emergências radiológicas e nucleares”.

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O adoecimento por radiação tratado pelo medicamento adquirido ocorre, segundo nota da entidade, quando todo o corpo de uma pessoa é exposto a uma alta dose de radiação penetrante, que atinge os órgãos internos em questão de segundos. Os sintomas incluem problemas de coagulação do sangue como resultado de baixas contagens de plaquetas que podem desencadear sangramento incontrolável e morte potencial.

O governo indicou que os recursos para este medicamento são provenientes do Project Bioshield Act de 2004 e que o fornecedor manterá as unidades em seu estoque, para que as doses que estão próximas do vencimento possam ser rotacionadas no mercado comercial para um uso antes do vencimento e novas doses podem ser adicionadas aos estoques do país.

Um porta-voz do Departamento de Saúde disse à Reuters que a compra faz parte dos planos em andamento do governo de estar preparado para ameaças como doenças infecciosas químicas, biológicas, radioativas, nucleares e emergentes. No entanto, ele não confirmou se isso está relacionado aos comentários recentes do presidente Biden sobre a Rússia e a possibilidade de Vladimir Putin usar armas nucleares.

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Biden disse na semana passada que estava preocupado que a ameaça do presidente russo de usar armas nucleares táticas seja real e possa levar a um “Armagedom”.

“Ele não está brincando quando fala sobre o uso potencial de armas nucleares táticas ou armas químicas ou biológicas porque seus militares estão, digamos, funcionando abaixo das expectativas. Não acho que haja a possibilidade de usar armas nucleares táticas leves e não acabar em um Armagedom”, disse ele.

A Casa Branca esclareceu depois que as declarações de Biden não foram baseadas em nenhuma nova avaliação de inteligência e que Washington não viu nenhuma indicação de que Putin decidiu implantar armas nucleares em sua guerra com a Ucrânia. O diretor da CIA, William Burns, disse à CBS News que “era muito difícil” dizer se Putin estava mentindo sobre o uso das armas, então a questão levantou preocupações.

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Leidys Becerra (BR)

Jornalista colombiana com experiência na cobertura de temas locais e internacionais e na geração de conteúdo digital. Foi redatora de notícias da Univision, com passagens pelas redações dos periódicos colombianos El Tiempo e da Semana