Bloomberg — A Vinland Capital, gestora de recursos que tem André Laport, ex-sócio do Goldman Sachs (GS), como um dos seus fundadores, contratou Jean-Pierre Cote Gil para desenvolver uma área focada em crédito.
Cote Gil, ex-chefe de crédito do Julius Baer Family Office no Brasil, ingressou na Vinland para criar uma equipe que vai desenvolver produtos de investimento focados principalmente em títulos corporativos, além de investir o dinheiro de fundos já existentes da gestora em crédito privado.
“Estamos tomando muito cuidado com os limites de risco, porque o volume negociado de títulos corporativos no Brasil ainda é menor do que ações ou derivativos, e para um fundo multimercado é importante poder mudar posições de compra e venda muito rapidamente”, disse Cote Gill, em entrevista.
Os ativos sob gestão da Vinland subiram para cerca de R$ 16 bilhões, de R$ 4 bilhões no final do ano passado, segundo Laport, o primeiro brasileiro a se tornar sócio do Goldman Sachs. Ele deixou o banco em 2017.
Para os fundos específicos de crédito, a ideia é começar com um produto principal e depois construir outros em fases, disse Cote Gil. Muito provavelmente, haverá um fundo comprando títulos de menor risco em que o investidor poderá sacar o dinheiro em um prazo de 30 a 60 dias após solicitá-lo (D+30 e D+60) e um produto de maior rendimento em que o período de saque após a demanda pode chegar a 180 dias (D+180).
“Nossa diferenciação virá de estratégias que gerem maiores retornos, e não liquidez de curto prazo”, disse.
Investidores no Brasil estão buscando fundos de renda fixa para se beneficiar do aumento dos juros no país, onde a taxa Selic subiu para quase 14%, de 2% em março de 2021. Os fundos multimercados brasileiros registraram saques líquidos de R$ 71,4 bilhões neste ano até agosto, volume recorde, segundo a Anbima, a associação do mercado de capitais.
Uma exceção foi a Vinland, onde os retornos superaram muitos os de seus pares. O fundo Vinland Macro Plus teve ganhos de 27% após as taxas até agora neste ano e acumula valorização de 33% em 12 meses, segundo dados compilados pela Bloomberg News.
O desempenho acumulado do ano antes das taxas supera 97% dos fundos semelhantes, mostram os dados. O fundo ganhou nas apostas de que as taxas de juros globais subiriam em resposta à inflação resultante de estímulos monetários extraordinários.
Antes de trabalhar no Julius Baer, Cote Gil teve passagens pelo family office GPS Investimentos e pela Western Asset Management. Ele também trabalhou por quase 12 anos na Standard & Poor’s, onde foi analista e líder de equipe para ratings de finanças estruturadas no Brasil.
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