Bloomberg — Após uma disputa mais apertada que o esperado no primeiro turno das eleições presidenciais, a gestora Legacy Capital reduziu sua alocação em Brasil e, apesar de ver um contexto positivo para os ativos domésticos, não recomenda ao investidor operar vendido (aposta na queda) em Brasil agora.
A afirmação foi de Felipe Guerra, diretor financeiro da gestora, durante o Bloomberg Brazil Capital Markets Forum 2022, realizado em São Paulo nesta quinta-feira (6).
Segundo o gestor, a Legacy tinha “muita confiança” de que a eleição seria mais acirrada do que mostravam as pesquisas eleitorais.
Durante a campanha, a Bloomberg Línea decidiu publicar os resultados de quatro institutos/empresas associadas: Datafolha, Ipec (ex-Ibope), Quaest/Genial Investimentos e FSB/BTG Pactual, com base na existência de um histórico de realização de pesquisas que servisse de referência.
Nenhuma delas conseguiu captar a força do atual presidente Jair Bolsonaro nas urnas, que encerrou o primeiro turno com 43,20% dos votos válidos. A pesquisa que chegou mais perto foi a da Quaest/Genial, que apontou que o presidente poderia chegar a 40%, contando a margem de erro.
Hoje, para o pleito de 30 de outubro, a Legacy tem um cenário “mais para 50/50 do que de um favoritismo [de Lula]”.
“Quando a gente tem aposta 50/50, não gostamos de ter posições muito relevantes, apesar do contexto de Brasil ser muito favorável”, disse Felipe Guerra, no evento da Bloomberg News.
No evento, o gestor discordou de que, para a economia, “tanto faz” quem obtenha a vitória nas urnas. Segundo ele, a continuidade do ministro da Economia Paulo Guedes traz segurança ao investidor, que ainda não sabe qual será a equipe econômica de Lula.
Diante dos riscos fiscais e das atuais circunstâncias monetárias, Guerra avalia que “investir em juro longo no Brasil agora seria maluquice”.
Outras visões
Também no evento da Bloomberg News, Paula Moreira, chefe da mesa de commodities, juros e câmbio do Goldman Sachs (GS), disse que o banco vê a possibilidade de uma performance acima da média e de uma “lua-de-mel” dos mercados nos ativos brasileiros no curto prazo, com os governos preocupados em usar o capital político dos primeiros anos para aprovar reformas.
Já André Laport, co-CIO do Vinland Capital, disse que projeta o Ibovespa (IBOV) negociando entre 130 mil e 135 mil pontos em um contexto de comprometimento fiscal – o que implicaria um potencial de alta de até 15,2% ante o fechamento de quarta-feira (5). Ele chamou a atenção, contudo, para riscos externos e avaliou que a recessão global “não será soft”.
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- Com informações da Bloomberg Línea.
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