Bloomberg Línea — A semana se encaminha para o fim na esteira de indicadores macroeconômicos importantes e da corrida eleitoral rumo ao segundo turno das eleições presidenciais. Ontem, saiu a primeira rodada de pesquisa de intenção de voto, divulgada pelo Ipec, que se seguiu nesta manhã com a divulgação do PoderData. Mas o cenário internacional deve ganhar força ao longo do dia, com dados do mercado de trabalho americano, discursos de dirigentes do banco central americano e a ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE).
Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta quinta-feira (6).
1. Primeira rodada
Na primeira pesquisa de intenção de votos para o segundo turno, o ex-presidente Lula (PT) aparece na frente com 51% da preferência dos eleitores, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 43%, segundo números divulgados pelo Ipec (ex-Ibope), na noite de quarta-feira (5). Excluindo os votos nulos e brancos da conta - o que o Ipec chama de “votos válidos” -, Lula chega a 55%, enquanto Bolsonaro tem 45%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.
Na manhã de hoje também foi divulgada a Pesquisa PoderData, que mostrou Lula com 52% das intenções de voto contra 48% de Bolsonaro. Os números se referem aos votos válidos, excluindo brancos e nulos. De acordo com o PoderData, a diferença numérica é a menor já captada pela pesquisa em um confronto direto entre os 2 candidatos. Além disso, a distância indica “vantagem mínima do petista”.
2. IGP-DI
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou uma deflação de 1,22% em setembro ante 0,55% no mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) nesta manhã. Com isso, o indicador acumula alta de 5,54% no ano e de 7,94% em 12 meses.
O IPA, o Índice de Preços ao Produtor Amplo, registrou deflação de 1,68% em setembro, ante um recuo de 0,63% em agosto. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 0,02% em setembro, ante uma queda de 0,57% no mês imediatamente anterior, com quatro das oito categorias do índice mostrando um acréscimo em suas taxas, com destaque para Educação, Leitura e Recreação, que saltou de 0,46% para 4,36% no mês, Transportes, queda de 3,56% para um recuo menor de 2,63%, Habitação, queda de 0,09% para um saldo positivo de 0,40%, e Comunicação, recuo de 1,03% para uma queda menor de 0,52%.
3. Mercados
Os futuros das bolsas americanas recuam nesta manhã, enquanto as bolsas asiáticas fecharam sem direção definida. Diante das incertezas no radar, os investidores se atentam aos indicadores macroeconômicos do dia, e às falas de dirigentes do Federal Reserve. O Dow Jones futuro caía 0,36% perto das 09h30, o S&P recuava 0,40% no mesmo horário, e o Nasdaq registrava queda de 0,36%. Na mesma direção, o FTSE de Londres caía 0,86%, e o Stoxx600 tinha queda de 0,42%.
Por aqui, o Ibovespa futuro seguia na contramão e subia 0,10% no mesmo horário, enquanto o Dollar Index, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, subia 0,38% nesta manhã.
4. Manchetes do dia
- Estadão: Nova regra para substituir teto de gastos racha campanha do PT
- Folha de S. Paulo: Partidos deram R$ 51 milhões para candidatos com menos de 300 votos cada um
- O Globo: Em disputa acirrada, Lula e Bolsonaro estão sem caixa para financiar campanha do 2º turno
- Valor: Reajuste de auxílio trouxe poucos votos para Bolsonaro em bolsões de pobreza
5. Agenda
O destaque da agenda local de indicadores é a divulgação do IGP-DI de setembro, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna, medido pela FGV, que registrou queda de 1,22% no mês. Lá fora, os dados de emprego dos Estados Unidos e divulgação da ata do do Banco Central Europeu atraem os holofotes. Sobre a ata do BCE, é esperado que o tom mais duro de combate à inflação seja mantido. A tendência segue de manutenção da alta dos juros para o bloco.
As atenções ficam voltadas também para os discursos de membros do Federal Reserve, o Banco Central americano, ao longo do dia.
E também...
Os preços do petróleo oscilavam nesta manhã, depois que a Opep+ concordou com o corte da produção da commodity em 2 milhões de barris por dia, o maior desde 2020. “Apesar das preocupações com a demanda, o impacto combinado do corte de produção e do embargo da União Europeia à produção da Rússia sugere um mercado de petróleo mais apertado à frente”, escreveram analistas do Morgan Stanley. Às 8h30, o petróleo tipo Brent caía 0,28%, a US$ 93,12 o barril, enquanto o WTI recuava 0,36%, a US$ 87,47 o barril.
-- Com informações da Bloomberg News
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