Bloomberg — Depois de receber o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na quarta-feira (5) no segundo turno das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT), ganhou nesta quinta-feira (6) mais nomes de peso no campo da economia em suporte à sua candidatura.
Em nota conjunta, os economistas Pérsio Arida, Pedro Malan, Armínio Fraga e Edmar Bacha, todos com passagens por governos do PSDB e responsáveis pela criação do Plano Real, que acabou com a hiperinflação no país em meados da década de 1990, declararam apoio a Lula na disputa presidencial contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outro nome que já tinha manifestado apoio ao petista é André Lara Resende, ex-presidente do BNDES, também responsável por implementar o Plano Real.
Por outro lado, no campo político, o presidente Jair Bolsonaro conquistou o apoio dos governadores de São Paulo (Rodrigo Garcia), Minas Gerais (Romeu Zena), Rio de Janeiro (Cláudio Castro), Paraná (Ratinho Jr.), Goiás (Ronaldo Caiado), Distrito Federal (Ibaneis Rocha), Amazonas (Wilson Lima), Roraima (Antonio Denarium), Acre (Gladson Camelli), Mato Grosso (Mauro Mendes) e Rondônia (Coronel Marcos Rocha), além da bancada ruralista do Congresso.
Também anunciaram apoio ao presidente o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol. Moro foi eleito senador e Dallagnol conquistou uma vaga de deputado federal, ambos pelo Paraná.
Responsabilidade fiscal
O documento assinado pelos economistas nesta quinta-feira afirma que “votaremos em Lula no segundo turno; nossa expectativa é de condução responsável da economia”.
Ao jornal O Globo, Pérsio Arida afirmou que acredita que um eventual novo governo Lula será fiscalmente responsável e que o presidente Jair Bolsonaro é “claramente uma ameaça à democracia brasileira”.
Ele e Fraga foram presidentes do Banco Central em diferentes momentos durante o governo de Fernando Henrique, e Edmar Bacha esteve na equipe responsável pela implementação do Plano Real. Malan foi ministro da Fazenda do governo FHC e atuou, antes, como presidente do Banco Central durante o governo de Itamar Franco, justamente quando FHC era ministro da Fazenda.
Também ao Globo, Armínio, que já tinha se mostrado crítico ao governo Bolsonaro, afirmou ser melhor eleger Lula para proteger a democracia e afastar danos não só à economia mas também a áreas estratégicas vitais para o país, como o meio ambiente.
Em seu Twitter, FHC fez ontem uma publicação afirmando que votaria “por uma história de luta pela democracia e inclusão social”, usando imagens do ex-presidente e candidato às eleições presidenciais pelo PT. Eles estiveram juntos na década de 1980 no movimento conhecido como Diretas Já, que defendeu a volta do regime democrático e do direito de todo brasileiro a voto depois de 20 anos de regime militar.
Na terça-feira (4), o PSDB liberou seus diretórios estaduais para apoiar Lula ou Jair Bolsonaro (PL). No mesmo dia, Rodrigo Garcia, governador do estado de São Paulo pelo PSDB, pediu voto para o presidente Bolsonaro, posição que diverge de outras lideranças tucanas, como Tasso Jereissati e Aloysio Nunes.
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