Os planos do BofA para a América Latina após aumentar a receita em 9% na região

Área de corporate e carteira de empréstimos ajudaram no crescimento do faturamento na região; banco planeja fazer novas contratações e expandir a equipe

Novas contratações e expansão na região
Por Cristiane Lucchesi - Daniel Cancel e Vinícius Andrade
05 de Outubro, 2022 | 08:54 AM

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A receita do Bank of America (BofA) na América Latina aumentou 9% este ano e o banco cresceu o número de funcionários na região mesmo com a queda nos negócios de venda de ações.

A área de banco corporativo (corporate) teve expansão de 64% na receita graças à abertura de novas contas de clientes, ao aumento dos depósitos e ao maior rendimento do caixa com taxas de juros globais mais altas, disse Alexandre Bettamio, presidente do BofA na região.

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O banco também cresceu sua carteira de empréstimos para a América Latina em 20% e ganhou participação de mercado em banco de investimento, ocupando o primeiro lugar em receita com comissões na América Latina e no Brasil este ano até 31 de agosto, de acordo com a empresa de pesquisa Dealogic, com sede em Londres.

“Sabemos que estamos em países emergentes aqui, que têm uma boa dose de volatilidade por natureza, e a região continua sendo impactada por diferentes ciclos econômicos, por isso construímos um negócio diversificado e resiliente para enfrentar essa volatilidade”, disse Bettamio em entrevista na sede do banco em São Paulo.

BofA é um dos cinco principais bancos de investimento da América Latina em receitas por comissão

Taxas de juros mais altas destinadas a combater a inflação combinadas com os temores de recessão global se aliaram às incertezas políticas locais e reduziram as vendas de ações e de títulos de dívida nos mercados internacionais. Isso cortou a receita total dos bancos de investimento em 44% na América Latina, para US$ 928 milhões, de acordo com a Dealogic. Por outro lado, quando as taxas de juros são mais altas, os bancos podem ganhar mais dinheiro aproveitando a diferença entre os juros que pagam aos clientes e os rendimentos que podem obter ao investir os depósitos desses clientes.

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O BofA, que aumentou o número de funcionários situados na América Latina em cerca de 9% nos últimos 12 meses, não tem presença de varejo na região, mas oferece serviços de banco de atacado completos no Brasil e no México. Além disso, o banco possui uma corretora no Chile e escritórios de representação na América Central, Argentina, Peru e Colômbia.

Novas contratações

O BofA está expandindo sua corretora prime na América Latina, oferecendo serviços como empréstimo de títulos, execuções de operações alavancadas e gestão de caixa e pagamentos para fundos multimercado, fundos de pensão e seguradoras. Contratou Alexandre Goldemberg no ano passado do Goldman Sachs para liderar esse esforço.

“A indústria de fundos no Brasil é muito qualificada, com escritórios em Nova York e Londres, então eles são um cliente ideal para um banco global como o BofA”, disse Bettamio.

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Altos executivos contratados na área de banco de investimento este ano incluem Matias Eliaschev, presidente do Lazard para a América Latina fora do Brasil, e José Rafael Viso, do JPMorgan Chase.

O BofA continua investindo em pessoal e busca adicionar mais banqueiros de investimento, mesmo com a inflação aumentando as despesas, disse o diretor financeiro global Alastair Borthwick no mês passado em conferência do banco. O BofA investirá em talentos, mantendo as despesas “tão apertadas quanto possível”, disse o diretor financeiro.

O BofA gerou a maior receita de assessoria em fusões e aquisições na América Latina e no Brasil este ano até 31 de agosto, de acordo com a Dealogic. E a atividade maior quase compensou comissões mais baixas provenientes de vendas de ações muito mais fracas, disse Augusto Urmeneta, chefe de banco corporativo e de investimento para a América Latina.

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Enquanto o conjunto de comissões na região com assessoria em fusões e aquisições cresceu 50%, para US$ 555 milhões, a receita de vendas de ações caiu 84%, para US$ 125 milhões, de acordo com a Dealogic.

“Este foi um grande ano em fusões e aquisições para nós”, disse Urmeneta.

O BofA assessorou a Ultrapar na venda da unidade química Oxiteno para a Indorama, um negócio de US$ 1,3 bilhão aprovado pelos reguladores antitruste no Brasil em março. O banco também assessorou o mexicano Grupo Bimbo na venda de US$ 1,3 bilhão de seu negócio de confeitaria Ricolino para a Mondelez International, uma transação anunciada em abril.

“Empresas que no passado estavam tentando fazer uma oferta de ações dizem agora que estão explorando a ideia de se fundir com outra empresa”, disse Urmeneta. “Então, até certo ponto, as fusões e aquisições podem se beneficiar de mercados voláteis.”

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