Prorrogação também no mercado

No Breakfast de hoje, as principais notícias das Eleições de 2022 e como os mercados devem reagir ao resultado do primeiro turno da decisão presidencial. Bom dia e ótima leitura!

Por

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Não será agora que os investidores poderão vislumbrar a dissipação de uma das principais, se não a maior, fonte de incertezas para o mercado financeiro brasileiro. A eleição para presidente do país foi para o segundo turno, como apontavam institutos de pesquisa e consultorias como a alternativa mais provável.

E o cenário segue indefinido. Lula mantém o favoritismo, mas a força de Bolsonaro foi maior do que os institutos de pesquisa estimavam e comprovada de forma abrangente nas eleições para governadores e para o Congresso. O seu partido, o PL, elegeu a maior bancada da Câmara.

Lula chegou a 48,4% dos votos válidos com as urnas encerradas, dentro do limite inferior das margens de erro dos institutos Datafolha, Quaest/Genial Investimentos e FSB/BTG Pactual. O ex-presidente teve cerca de 6 milhões a mais de votos do que Bolsonaro. O atual mandatário, por sua vez, ficou com cerca de 43,2% dos votos válidos, enquanto institutos estimavam no máximo 40%.

Os investidores terão pela frente um horizonte de quatro semanas até que consigam prever com algum grau de clareza quais políticas vão guiar a maior economia da América Latina no próximo mandato. As primeiras pesquisas para o segundo turno e as alianças com governadores e senadores eleitos, além de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), serão observadas com atenção em busca de novas pistas.

O impacto das urnas na Bolsa

As ações brasileiras superam os pares globais este ano, e alguns investidores ouvidos pela Bloomberg News dizem que mais ganhos provavelmente estão por vir, já que nenhum dos dois candidatos deve comprometer as contas fiscais do país no curto prazo.

Mas o consenso sobre as perspectivas para o Brasil tende a parar por aí, já que Lula e Bolsonaro têm visões diferentes sobre várias questões, desde a privatização de empresas estatais ao foco na transição para fontes de energia mais sustentáveis.

Como o resultado das urnas pode afetar o investimento na Bolsa

No radar dos Mercados

O mercado dá a largada no último trimestre do ano ainda envolto em incertezas e temores. Os riscos de recessão continuam assombrando os investidores - com uma inflação ainda alta, apesar do aperto monetário consistente ao redor do globo. Nos Estados Unidos, essa visão foi confirmada na sexta-feira pelo índice inflacionário PCE e a questão continuará na pauta ao longo desta semana, com novos indicadores de atividade, emprego e preços nos EUA e na Europa.

🔙 Um passo atrás. O mercado repercute o tweet da primeira-ministra do Reino Unido Liz Truss, que desistiu de reduzir impostos para os contribuintes mais ricos após enfrentar forte oposição no Parlamento. A cotação da libra mudou de rumo na mesma hora e passou a se apreciar ante o dólar, enquanto o mercado avalia se a dirigente terá condições de se manter no cargo.

❄️ Crise energética: Pesam sobre os mercados os temores de que a OPEP+ possa reduzir sua produção e o corte da Gazprom no envio de gás para a Itália, que foi anunciado no sábado. A tensão aumenta com maiores riscos para os preços às portas do inverno europeu. O corte atinge apenas a Itália e estaria justificado por uma questão regulatória da Áustria, por onde passa o gás com destino à Itália.

🇧🇷 Olho no Congresso. O resultado apertado do primeiro turno da eleição no Brasil pode levar os investidores a reavaliarem as suas apostas para o país. A visão dos analistas é de que no curto prazo nenhum dos candidatos comprometeria as contas do país ou o espaço para ganhos em bolsa. Mas enquanto o segundo turno não chega, o olhar estará na nova composição do Congresso Nacional, em busca de pistas sobre a governabilidade que o novo presidente eleito terá. O ETF Next Funds Ibovespa, que acompanha o Ibovespa, chegou a subir 3% nas primeiras horas de negociações no mercado asiático, após a contagem dos votos. E o fundo ETF Lyxor MSCI Brasil em Paris também subiu.

→ A análise completa você lê no Radar dos Mercados

🟢 As bolsas na sexta-feira (30): Dow Jones Industrials (-1,71%), S&P 500 (-1,51%), Nasdaq Composite (-1,51%), Stoxx 600 (+1,30%), Ibovespa (+2,20%)

As bolsas registraram algum otimismo após a vice-presidente do Fed, Lael Brainard, destacar a necessidade de monitorar o impacto da alta dos juros na estabilidade do mercado. Esse alívio, no entanto, durou pouco e mais tarde o forte resultado dos gastos de consumo pessoal (PCE) nos EUA devolveu os três principais indicadores acionários ao território negativo. Já são três trimestres consecutivos de perdas, a pior sequência desde 2009.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriado: China

Indicadores PMIs: (EUA, Zona do Euro, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Japão, México, Brasil)

EUA: Gastos com Construção/Ago, Índice ISM de Emprego no Setor Manufatureiro/Set,

Europa: Zona do Euro: Ministros das Finanças da Zona do Euro e da UE se reúnem; França (Balanço do Governo/Ago)

Ásia: Japão (Índice de Preços ao Consumidor/Set, Base Monetária)

América Latina: Brasil (Boletim Focus, Taxa de Longo Prazo-TLP, Balança Comercial/Set)

Bancos centrais: Raphael Bostic e John Williams (Fed), Catherine Mann (BoE)

📌 Para a semana:

Terça: EUA (Pedidos de Bens Duráveis/Ago, Encomendas à Industria/Ago); Europa: Zona do Euro (Índice de Preços ao Produtor-IPP/Ago. Discursos de John Williams, Loretta Mester, Mary Daly (Fed), Christine Lagarde (BCE) e Johannes Beermann (Bundesbank)

Quarta: PMI de Serviços da Zona do Euro; EUA (Reunião da Opep, Balança Comercial/Ago, Empregos Privados-ADP/Set)

Quinta: EUA (Pedidos de Seguro Desemprego); Zona do Euro (Vendas no Varejo/Ago); BCE divulga ata da Reunião de Política Monetária. Discursos de Charles Evans, Loretta Mester, Lisa Cook e Christopher Waller (Fed)

Sexta: EUA: (Relatório de Emprego-Payroll/Set, Vendas no Atacado/Ago, Crédito ao Consumidor/Ago); Zona do Euro (Cúpula de Líderes da União Europeia). Pronunciamentos de John Williams (Fed) e David Ramsden (BoE)

Destaques da Bloomberg Línea:

Lula vê segundo turno como ‘prorrogação’ e chance para ampliar diálogo

Bolsonaro: ‘vamos mostrar que a mudança que alguns querem é para pior’

Abstenção atinge maior número desde 1998

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante:Por que as pesquisas falharam em captar o apoio a Bolsonaro? Veja qual chegou mais perto | Estes são os governadores eleitos no primeiro turno | Assim ficaram as bancadas no Senado por partido

• Opinião Bloomberg: A Europa tem novos refugiados: reservistas russos fugindo das convocações

• Pra não ficar de fora: Erika Hilton é a primeira travesti eleita para o Congresso Nacional

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

Para receber a íntegra da newsletter na sua caixa de email, registre-se gratuitamente no nosso site.

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter matinal.

Edição: Michelly Teixeira, News Editor | Europe