Bloomberg Línea — Puxado pelas ações da Vale (VALE3) e de siderúrgicas, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta sexta-feira (30) em forte alta de 2,2%, aos 110.036 pontos, enquanto o dólar subiu no fim da sessão, negociado em torno de R$ 5,41. No mês de setembro, o índice avançou 0,5%, enquanto no terceiro trimestre, a alta foi de 11,7%.
As ações da mineradora fecharam em alta de 5,28% nesta sexta, a R$ 72,04, depois que a empresa aprovou a reorganização das operações de níquel e cobre no Brasil, buscando trazer “mais eficiência nos processos e na gestão”, segundo comunicado.
Analistas do mercado estimam que, com a transição energética, uma aposta no níquel e no cobre deve contribuir para uma melhora dos resultados da Vale. A reorganização anunciada avança nessa expectativa de não ficar tão dependente do minério de ferro.
A sessão também foi de fortes ganhos para as ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), que subiram 10,62% e 8,50%, respectivamente.
Cassiano Konig, sócio da GT Capital Investimentos, também credita o bom desempenho do Ibovespa nesta sexta aos ruídos pré-eleições. “Tivemos um dia de forte volatilidade na bolsa brasileira, que se recuperou na parte da tarde. Ela pode ter sido influenciada por relatos de que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles pode ser anunciado no cargo caso o ex-presidente Lula ganhe as eleições”, disse.
Ao Broadcast, Meirelles negou que tenha recebido convite de Lula para assumir a Fazenda. “Não conversamos ainda. Portanto, não recebi convite.”
Na cena externa, os investidores repercutiram hoje a divulgação do PCE de agosto, indicador de consumo pessoal preferido do Federal Reserve para acompanhar o comportamento de preços. O índice subiu 0,3%, acima do esperado, sinalizando uma pressão inflacionária. A expectativa dos traders é de que os dados reforcem a estratégia do banco central americano de seguir seu caminho agressivo de aperto monetário.
A vice-presidente do Fed, Lael Brainard, enfatizou nesta sexta a necessidade de combater a inflação e a importância de não recuar da tarefa até que ela seja concluída. “A política monetária precisará ser restritiva por algum tempo para ter confiança de que a inflação está voltando à meta”, disse. “Por essas razões, estamos comprometidos em evitar recuar prematuramente.”
Os temores de que o aumento agressivo dos juros leve a economia a uma recessão pesaram sobre as bolsas de Wall Street, que fecharam em queda nesta sexta e encerram setembro com o pior desempenho mensal desde março. O índice S&P 500, por exemplo, caiu 8,9% em setembro e encerrou o trimestre no menor patamar em dois anos, com queda de 5,16%. O índice também sofreu seu terceiro trimestre consecutivo de perdas, o que não ocorria desde 2009.
Confira como fecharam os mercados nesta sexta-feira (30):
-- Com informações da Bloomberg News
*Matéria atualizada às 18h (horário de Brasília) com o fechamento do dólar
Leia também:
Mercado não colocou no preço vitória de Lula no domingo, aponta JPMorgan
