Bloomberg — Os preços do petróleo caminham para a primeira queda trimestral em mais de dois anos, com o aumento dos temores sobre uma desaceleração econômica global e um dólar mais forte ofuscando a perspectiva de aperto na oferta.
Os futuros do West Texas Intermediate (WTI) subiam nesta sexta-feira (30), negociados perto de US$ 82 o barril. Ainda assim, os preços acumularam queda de 22% neste trimestre. O petróleo foi abalado pela alta do dólar para um recorde nas últimas semanas, à medida que os aumentos agressivos das taxas do banco central obscurecem as perspectivas para o crescimento global.
Nesta sexta, os preços subiam à medida que o dólar saía das máximas. Também houve apoio de um novo lote de cotas de importação de petróleo na China, enquanto os mercados de combustíveis eram pressionados por um grande lote de cotas de exportação.
Os comerciantes também estão lidando com o risco iminente de oferta reduzida. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados devem se reunir na próxima semana e já estão discutindo planos para um corte de produção. Analistas do RBC Capital Markets ao JPMorgan disseram que o grupo produtor poderia cortar entre 500.000 e 1 milhão de barris por dia.
“O risco de fornecimento continua sendo um tema extra”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, referindo-se a possíveis cortes da Opep+. “O mercado continua perturbado por forças que puxam em direções opostas.”
A recuperação econômica na China continua desafiada por lockdowns nas principais cidades, bem como por uma desaceleração do mercado imobiliário. A atividade das fábricas sofreu em setembro, enquanto os serviços desaceleraram, segundo dados divulgados na sexta-feira.
Preços do petróleo
- O WTI para entrega em novembro subia 1,4%, para US$ 82,38 o barril às 8h30 (horário de Brasília)
- O Brent para liquidação de novembro, que expira na sexta-feira, avançava 1,2%, para US$ 89,52 o barril
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