Bloomberg — Os investidores no Brasil não precisam temer uma forte deterioração nas contas públicas após as eleições, afirmou o Morgan Stanley (MS), em relatório divulgado nesta semana.
Na avaliação do banco americano, independentemente do resultado das urnas, a perspectiva fiscal provavelmente vai piorar com o afrouxamento dos limites de gastos, mas o impacto deverá ser modesto.
Os dois favoritos, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, prometem aumentar os gastos públicos e programas sociais. Analistas do banco de Wall Street veem uma “fadiga política” com as normas rígidas impostas pelo teto de gastos criado em 2017.
“Prevemos um enfraquecimento da regra fiscal com qualquer um dos principais candidatos, mas em nenhum caso uma deterioração drástica da trajetória da dívida”, disseram analistas liderados pelo economista-chefe para América Latina, Andre Loes. “As diferenças que prevemos nas métricas fiscais e de dívida sob os dois principais candidatos não são tão diferentes”.
De acordo com o banco, em um segundo mandato, Bolsonaro provavelmente manteria a atual regra de gastos, mas abriria espaço para benefícios mais altos para a população de baixa renda e para aumentar os salários do funcionalismo público. Já um governo Lula significaria uma mudança para uma meta fiscal primária e impostos mais altos para financiar gastos extras.
Lula representa um risco maior no que diz respeito ao mercado de trabalho, já que provavelmente derrubaria reformas “benignas”, disse o Morgan Stanley.
Outras reformas, como independência do Banco Central, reforma da previdência e novos marcos regulatórios para os setores de saneamento e gás, provavelmente serão mantidas independente do resultado eleitoral, concluíram os analistas.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também:
Minério de ferro sobe com expectativa de estímulo à construção na China