Preços ao produtor brasileiro recuam e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta quarta-feira (28)

As categorias de refino de petróleo, metalurgia e alimentos puxaram a deflação do IPP na medição de agosto
28 de Setembro, 2022 | 09:42 AM

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Bloomberg Línea — O dia começa com a importante divulgação do índice de preços ao produtor, que antecipa uma possível queda dos preços. Também no cenário local correm os ponteiros rumo ao primeiro turno das eleições, com duas novas divulgações de pesquisa de intenção de voto nesta manhã. Lá fora os mercados operam em terreno negativo, o que pressiona o Ibovespa futuro.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta quarta-feira (28):

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1. Votos válidos

Na esteira das últimas pesquisas de intenção de voto antes do primeiro turno, foi divulgada nesta manhã a pesquisa PoderData realizada de 25 a 27 de setembro, que mostrou Lula (PT) com 48% das intenções de votos válidos, seguido por Bolsonaro (PL), que aparece com 38%. A margem de erro é de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos, considerando um intervalo de confiança de 95%.

Outra pesquisa, esta da Genial/Quaest, também divulgada nesta quarta-feira, mostra o candidato petista com 50,5% das intenções de votos válidos, ante 36,3% do presidente Jair Bolsonaro. Considerando este número, de acordo com a publicação, Lula seria eleito no primeiro turno. Os votos válidos incluem apenas as intenções de votos atribuídas a um candidato, sem considerar brancos e nulos.

2. Preços ao produtor

Os preços da indústria caíram 3,11% frente a julho em agosto deste ano - a maior queda do Índice de Preços ao Produtor (IPP) na série histórica. O acumulado no ano chegou a 7,91%, e o acumulado em 12 meses foi 12,16%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta.

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As quatro maiores variações foram vistas nas indústrias extrativas, queda de 14,18%, refino de petróleo e biocombustíveis, queda de 6,99%, metalurgia queda de 3,91%, e alimentos queda de 3,74%. O acumulado no ano atingiu 7,91% ante 11,37% em julho, enquanto o acumulado em 12 meses foi de 12,16%, ante 17,94% de julho. Das 24 atividades analisadas pelo IBGE, apenas oito mostraram alta em agosto.

3. Mercados

Os futuros americanos caem nesta manhã, em mais um dia de perda para os principais ativos, com os investidores precificando novos aumentos nas taxas de juros e uma desaceleração profunda da economia. A queda é generalizada, com as bolsas europeias recuando, assim como as cotações do ouro, do petróleo e do bitcoin.

O Dow Jones futuro caía 0,45% perto das 8h50, o S&P tinha queda de 0,64% no mesmo horário, e o Nasdaq recuava 1,14%. Na Europa, o FTSE, de Londres, tinha queda de 0,72%, e o Stoxx600, recuava 1,44%. Por aqui, o Ibovespa seguia o mesmo tom e caía 0,79% às 9h10, enquanto o Dollar Index, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, subia 0,43%.

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4. Manchetes do dia

  • Estadão: Liderança de Lula deixa Haddad mais à vontade do que Tarcísio em debate na Globo; leia análise
  • Folha de S. Paulo: PGR foi contra quebra de sigilo bancário de ajudante de ordens de Bolsonaro
  • O Globo: Indecisos são 10%, mas podem definir eleição presidencial: conheça histórias de 10 eleitores
  • Valor: Emenda parlamentar abocanha 11% da saúde e banca custeio

5. Agenda

O Ministério do Trabalho divulga ainda nesta manhã os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), destaque na agenda local de indicadores. Outro destaque é o índice de preços ao produtor, divulgado mais cedo, e que mostrou deflação em agosto.

Lá fora, o destaque é a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Os investidores aguardam atentamente seu discurso, que pode dar dicas sobre o futuro da política monetária. Charles Evans, Mary Daly e Raphael Bostic, do Fed, também discursam ao longo do dia. Na França, saem os números da confiança do consumidor de setembro. Ainda na Europa, na Itália, sai a confiança empresarial de setembro, além das vendas industriais de julho.

E também...

Os preços do petróleo oscilavam no começo desta manhã e subiam perto das 8h15, com a deterioração das perspectivas econômicas e a alta do dólar americano dando o tom e pesando sobre o valor das commodities. Além disso, a passagem do furacão Ian interrompeu a produção de petróleo e gás no Golfo do México, responsável por produzir 15% do petróleo bruto dos EUA e 5% do gás natural destinado ao país.

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Nesta manhã, o petróleo tipo Brent subia 0,24%, a US$ 85,10 o barril, enquanto o WTI registrava alta de 0,36%, a US$ 78,72 o barril.

- Com informações da Bloomberg News

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.