Bloomberg — As ações asiáticas apontam para baixo após uma queda nas ações dos Estados Unidos após comentários agressivos de autoridades do Federal Reserve e outro golpe no sentimento de risco das tensões na Europa.
Os futuros de ações do Japão, Hong Kong e Austrália caíam depois que o S&P 500 atingiu seu pior desempenho desde o início de 2020. As ações europeias caíram para o nível mais baixo em quase dois anos.
O índice do dólar Bloomberg estabeleceu um novo recorde à medida que os investidores buscam refúgios em meio a temores de recessão global. O rendimento da nota do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiu o nível mais alto desde o início de 2010, aproximando-se de 4%.
A demanda pelo dólar também reflete desconforto, já que os mercados se preparam para taxas de juros mais altas. Autoridades do Federal Reserve reiteraram sua determinação em domar a inflação, com James Bullard ressaltando a necessidade de uma política monetária mais rígida.
“O Fed sabe que a inflação é um gênio difícil de voltar à garrafa e quer ter certeza de que cuidará do problema em questão”, disse Louise Goudy, sócia da Crewe Advisors. “É um mercado instável.”
Vazamentos em um gasoduto entre a Rússia e a Europa Ocidental foram rotulados como sabotagem por autoridades americanas e alemãs, aumentando o atrito com o regime de Vladimir Putin. A Rússia ameaçou cortar o gás para os aliados da Ucrânia na Europa e anexou uma grande parte da Ucrânia nos últimos sinais de escalada de conflito.
Os preços do gás na Europa subiram, enquanto as preocupações com a desaceleração do crescimento global pesaram sobre outras matérias-primas, levando o índice Bloomberg de preços de commodities ao nível mais baixo desde fevereiro. O petróleo West Texas Intermediate caiu no início do pregão asiático e permaneceu abaixo de US$ 80 por barril.
Os mercados do Reino Unido estavam novamente em turbulência dias depois que o novo primeiro-ministro divulgou cortes de impostos abrangentes que ameaçam aumentar as pressões inflacionárias. O rendimento dos títulos do governo do Reino Unido de 30 anos superou 5% pela primeira vez em duas décadas.
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