Bloomberg Línea — Rodrigo Costa, sócio do SoftBank Investment Advisers, vê o ano de 2022 mais devagar para novos investimentos do conglomerado japonês. Segundo ele, “não é que o SoftBank não tenha apetite para investir, mas é difícil encaixar algo neste cenário”, dado que muitos empreendedores estão procurando não levantar capital, caso as condições financeiras permitam, para evitar valuations mais baixo.
“Isso acaba travando o mercado”, afirmou Costa durante evento promovido pelo Demarest Advogados na última semana.
Mesmo assim, ele lembrou que o SoftBank fez alguns movimentos neste ano. “Talvez a gente consiga anunciar alguns investimentos novos nas próximas semanas”, disse.
“Continuamos procurando oportunidades... o custo de capital mudou muito rapidamente e as expectativas de preço do investidor vs. da companhia estão ainda bem divergentes”, considerou o sócio do SoftBank.
Sob o guarda-chuva do Vision Fund, o SoftBank tem seu próprio veículo de investimento na América Latina, o LatAm Fund I e II, que nos últimos anos investiu nos atualmente unicórnios Rappi, Creditas, Kavak, Vtex, Olist e MadeiraMadeira, entre outras empresas.
Desde o lançamento do LatAm Fund em 2019, o SoftBank gerenciou cerca de US$ 8 bilhões nos dois fundos, dos quais US$ 7,68 bilhões já foram alocados.
Segundo o SoftBank, a região ainda tem à disposição um pool de US$ 2 bilhões (em reserva) que ainda não foi investido. Contando os quase US$ 400 milhões remanescentes dos fundos LatAm, o SoftBank ainda dispõe de aproximadamente US$ 2,4 bilhões para investir na região.
O fundo I do SoftBank para a América Latina tinha US$ 5 bilhões para investir. Quando a empresa anunciou o fundo II de US$ 3 bilhões em setembro do ano passado, o primeiro já estava praticamente investido.
Segundo o SoftBank, os Vision Funds não aportam na América Latina por meio dos fundos LatAm. São administrações distintas, com lógicas e sócios diferentes. Mas existem empresas da região que receberam aportes do SoftBank tanto via LatAm Funds como via Vision Funds, como foi o caso da Creditas.
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