Bloomberg — A repercussão negativa dos cortes de impostos no Reino Unido abalou os mercados nesta sexta-feira (23).
O S&P 500, que caiu mais de 2% ao longo do dia, amenizou as perdas e encerrou o pregão em queda de 1,72%, em sua quarta sessão consecutiva de perdas, eliminando quase todos os ganhos de meados de junho a agosto. Foi a pior sequência de duas semanas desde junho.
O índice, que já havia fechado abaixo do piso de 3.800 pontos na quarta-feira (21), se aproximou nesta sexta da mínima de junho, de 3.666 pontos, a próxima linha de suporte nos gráficos técnicos.
O Dow Jones fechou no menor patamar do ano - desde novembro de 2021, na verdade.
O governo britânico divulgou um amplo plano de alívio fiscal que derrubou a libra e os títulos do país. Os investidores se preocupam com o impacto das medidas nas contas públicas e na inflação galopante do país.
Isso azedou o clima já ruim para ativos de risco em todo o mundo. Nos Estados Unidos, operadores técnicos que observam gráficos em busca de sinais se preparam para o pior.
“Os indicadores técnicos despencaram” disse Art Hogan, estrategista-chefe de mercado da B. Riley. “Romper 3.800 agora deixa as mínimas de junho na mira.”
O Federal Reserve esta semana deixou bem claro que continuará aumentando juros de forma acentuada até que veja sinais de que as pressões de preços estão diminuindo. Esse processo não será “indolor” para os mercados de trabalho e imobiliário, alertou o presidente do Fed, Jerome Powell.
A alta na quarta-feira veio com projeções de que o banco central americano tem mais 1,25 ponto percentual de aperto reservado para este ano, um ritmo muito mais agressivo do que os investidores esperavam.
*Matéria atualizada às 18h45 (horário de Brasília) com o fechamento dos mercados.
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