Bloomberg — A ordem de Vladimir Putin de convocar até 300.000 reservistas - ou seja, pessoas civis - para lutar na Ucrânia desencadeou protestos em todo o país, os maiores desde os primeiros dias da guerra.
Milhares de russos serão forçados a enfrentar a realidade do conflito mortal, em uma decisão que afeta não só os futuros soldados como também familiares, amigos e empregadores.
Preços de passagens aéreas saindo da Rússia e pesquisas de termos como “how to leave Russia” dispararam nas últimas horas no Google depois do anúncio de Putin.
A polícia deteve cerca de 1.400 pessoas em protestos contra a ordem do presidente da Rússia em 38 cidades na noite de quarta-feira (21), de acordo com o grupo de monitoramento OVD-Info.
Alguns dos detidos do sexo masculino receberam notificações preliminares, enquanto os manifestantes podem enfrentar acusações criminais sob as duras leis contra as críticas à guerra que o Kremlin impôs desde a invasão na Ucrânia de 24 de fevereiro.
Não há números oficiais de mortes e feridos da guerra entre as forças militares dos dois lados, dado que essa informação é considerada estratégia. No fim de agosto, quando a guerra completou seis meses, o Pentágono estimou que algo entre 70.000 e 80.000 russos haviam sido vítimas, das quais 20.000 de forma fatal.
Antes do início do conflito, estimava-se que o exército russo tinha cerca de 900 mil militares na ativa.
Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou Putin por fazer “ameaças nucleares abertas” à Europa, enquanto o líder russo intensifica sua guerra na Ucrânia com a mobilização parcial e a promessa de anexar o território.
A “mobilização parcial” é a convocação de 300.000 reservistas em uma grande escalada de sua invasão da Ucrânia.
As forças ucranianas, por sua vez, com o apoio do Ocidente, realizaram ataques ao norte e ao leste da cidade de Kherson contra ativos logísticos, militares e de transporte russos na região de Kherson, de acordo com o último relatório do Instituto para o Estudo da Guerra, com sede em Washington.
A Rússia atingiu Mykolayiv e Zaporizhzhia com 18 foguetes nesta manhã de quinta-feira (22), de acordo com o governador da região de Mykolayiv e o escritório de Zelenskiy. Nenhuma vítima foi relatada.
- Com informações da Bloomberg Línea.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Conheça as 500 pessoas mais influentes da América Latina
O que o alinhamento de Putin com a China significa para Ucrânia e Taiwan