Bloomberg — O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu que os brasileiros votem em um candidato comprometido com o fortalecimento das instituições e a preservação do meio ambiente. Ele não citou nominalmente nenhum dos candidatos que estão oficialmente na disputa eleitoral.
Em carta divulgada em suas redes sociais nesta quinta-feira (22), FHC disse que o próximo presidente do Brasil precisa ser alguém que combata a pobreza e a desigualdade enquanto defenda direitos iguais para todos, independentemente de raça, gênero ou orientação sexual.
“Peço aos eleitores que votem no dia 2 de outubro em quem tem compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade, defende direitos iguais para todos independentemente da raça, gênero e orientação sexual, se orgulha da diversidade cultural da nação brasileira, valoriza a educação e a ciência e está empenhado na preservação de nosso patrimônio ambiental, no fortalecimento das instituições que asseguram nossas liberdades e no restabelecimento do papel histórico do Brasil no cenário internacional”, aponta a carta assinada pelo ex-presidente, que está com 91 anos de idade.
FHC foi presidente do Brasil de 1995 a 2002, e a ele é creditada uma das principais conquistas econômicas da história recente da República, que foi o controle da inflação com o Plano Real, depois de uma década de sucessivos planos econômicos fracassados. O Plano Real foi articulado um ano antes, ainda no governo de Itamar Franco, quando FHC era o ministro da Fazenda.
Uma década antes, Fernando Henrique Cardoso foi um dos principais nomes do movimento conhecido como Diretas Já, que defendeu que todos os brasileiros pudessem reaver o direito de escolha do presidente da República por meio de voto direto - como o que está previsto para acontecer nas eleições de outubro -, depois de duas décadas em que militares escolhidos sem voto popular comandaram o país.
Em entrevista ao Valor Econômico no ano passado, FHC disse que poderia apoiar a candidatura do ex-presidente Lula (PT) se achasse que seria a melhor forma de derrotar Bolsonaro. Ele não manifestou apoio público ao petista, já que seu partido, o PSDB, apoia a candidatura de Simone Tebet (MDB), hoje em quarto lugar nas pesquisas. A candidata a vice de Simone é a senadora Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo.
Membros da campanha de Lula, especialmente seu candidato a vice, Geraldo Alckmin, que é ex-governador de São Paulo pelo PSDB e amigo de FHC, vinham tentando formalizar o apoio de Cardoso à candidatura do petista. Na segunda-feira (19), oito ex-candidatos a presidente, incluindo o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, declararam apoio a Lula.
- Com informações da Bloomberg Línea.
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