Almoçar um típico hambúrguer com batata frita nos EUA está 13% mais caro agora

Preços de ingredientes como alface e pão subiram 33% e 20% no ano passado, respectivamente, contribuindo para o aumento da refeição

Os custos dos alimentos nos EUA subiram 11,4% em relação ao ano anterior, a maior alta desde 1979
Por Michael Sasso e Leonid Bershidsky
22 de Setembro, 2022 | 10:37 AM

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Bloomberg — O custo de preparar um almoço em um restaurante americano disparou quase 13% em um ano.

Para rastrear o efeito da inflação em uma refeição média, a Bloomberg criou o American Diner Index, que inclui ingredientes para um hambúrguer simples, bem como batata frita, sorvete e refrigerante de acompanhamento. Embora os donos de restaurantes não repassem necessariamente todas as despesas crescentes para seus clientes, o índice fornece uma visão do quão mais caro montar uma refeição básica.

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Os preços de alface e pão subiram 33% e 20% no ano passado, respectivamente, contribuindo para o aumento do índice, que é baseado em dados de preços ao consumidor publicados mensalmente pelo Bureau of Labor Statistics dos EUA. Dois outros ingredientes-chave, como peito de peru e presunto, também subiram mais de 10%. E meio galão de sorvete agora custa cerca de US$ 5,64 (R$ 30,59), acima dos US$ 4,92 (R$ 25,34)* de um ano atrás.

O ônus tem recaído mais sobre os donos de restaurantes, que não repassam completamente as altas com receio de perder clientes.

De fato, alguns frequentadores da pequena rede Hot Dog Shoppe na área de Youngstown, no estado de Ohio, reclamaram ao ter que pagar alguns centavos a mais, disse o proprietário Greg Vojnovic. Quando ele aumentou o preço do hot-dog em dois centavos, para US$ 1,19 (R$ 6,15), “algumas pessoas reclamaram fortemente disso”, disse ele.

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Ele acabou sendo forçado a aumentar o preço para os atuais US$ 1,39 (R$ 7,18). “Nosso cliente é o cliente da Dunkin’, Donuts, não o cliente do Starbucks”, disse, comparando as duas redes de café americanas - a primeira, voltada para um público com menor poder aquisitivo.

Os custos dos alimentos nos EUA subiram 11,4% em relação ao ano anterior, a maior alta desde 1979, e são um dos principais fatores por trás da taxa de inflação geral de 8,3% do país.

A alface romana teve o maior salto anual geral no índice de almoço, provavelmente por conta de cortes no plantio de agricultores dos EUA, cautelosos com a demanda imprevisível do consumidor. O peito de peru e o presunto aumentaram 16% e 12%, respectivamente.

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Para atrair clientes sem dinheiro, a Denny’s Corp., uma das maiores redes de lanchonetes dos Estados Unidos, introduziu itens no cardápio que têm valores mais baixos, disse a empresa na teleconferência de resultados do segundo trimestre no mês passado. Isso incluiu uma promoção de “café da manhã sem fim” de US$ 6,99 (R$ 36,13) com panquecas, ovos e batatas fritas ilimitadas.

Consumidores de baixa renda reduziram notavelmentse a compras em restaurantes no primeiro semestre, mas algumas redes relataram gastos mais fortes por clientes de alta renda no segundo trimestre, disse Michael Halen, analista de restaurantes da Bloomberg Intelligence.

“Estamos muito curiosos para ver o que o terceiro trimestre trará, para ver se a retração dos consumidores de baixa renda se expandiu para a classe média”, disse Halen.

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No Hot Dog Shoppe, uma porção de batata frita dobrou de preço para cerca de US$ 30 (R$ 154), antes de cair alguns dólares recentemente. E, depois que ele aumentou os preços do café da manhã para lidar com o aumento dos preços dos ovos e do bacon, tantos clientes se afastaram que ele começou a perder dinheiro no turno da manhã, disse Vojnovic.

Ainda assim, os custos dos alimentos são apenas parte do problema. Coisas básicas como utensílios de cozinha também podem ser um problema.

Outro dia, Vojnovic disse: “Eu estava conversando com meus clientes, e um cara olhou para mim e disse: ‘Por que a colher de plástico?’ Porque não conseguimos comprar uma de metal”.

*Nota da tradutora: Referente ao dólar do fechamento de 21 de setembro de 2022

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