Opinión - Bloomberg

Siga o exemplo da Rainha Elizabeth II

Ter um testamento é garantir que seus entes queridos não precisarão lidar com mais problemas além do luto

É possível expressar desejos, como os cuidados de seus dependentes, por exemplo
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Bloomberg Opinion — Poucos britânicos não ficariam impressionados com a tranquilidade e a eficiência com as quais a família real vem lidando com a sucessão do trono com a morte da Rainha Elizabeth II após 70 anos de reinado. Muitos dos acordos estão em vigor há anos, e nenhum detalhe foi negligenciado. O choque da morte da Rainha não foi agravado pelo caos e pela incerteza.

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No entanto, para a maioria dos súditos do agora Rei Charles III, isso não vai acontecer, pois 59% deles não possuem um testamento.

É um equívoco comum pensar que não faz sentido fazer um testamento se tudo o que você provavelmente vai deixar para seus entes queridos é uma pilha de dívidas. Não é bem verdade.

Além de declarar quem recebe quais de seus pertences, seu testamento pode expor seus desejos para os cuidados de seus filhos ou de quaisquer dependentes. Seu testamento também deve nomear um testamenteiro, que está legalmente autorizado a agir em seu nome após a sua morte. Este pode ser o advogado que redigiu o testamento ou um membro da família ou amigo de confiança. Sem um representante legal, não haverá meios de impedir seus credores, por exemplo.

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É importante atualizar testamentos de forma a refletir grandes mudanças na vida – normalmente, casamentos, divórcios, nascimentos e mortes, pois esses eventos provavelmente afetarão a seus possíveis herdeiros ou aqueles responsáveis por seus dependentes.

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Morrer sem deixar um testamento é algo muito cruel a ser infligido a seus entes queridos, principalmente se você não é casado no papel nem tem união estável reconhecida. Histórias sobre familiares que tiveram de passar pelo luto e, ao mesmo tempo, afastar os credores, são comuns. Tentar administrar as questões de alguém que faleceu sem um testamento pode ser um processo horrível e demorado.

É claro que ninguém gosta de contemplar sua própria mortalidade, por isso tantas pessoas não fazem um testamento. Mas a morte já é traumática o suficiente para aqueles que ficam, então, por favor, siga o exemplo da Rainha e faça os preparativos adequados para a única certeza da vida.

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Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

Stuart Trow é co-apresentador do programa “Money, Money, Money” na Switch Radio e autor de “The Bluffer’s Guide to Economics”. Foi estrategista do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento.

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