São Paulo — A Meta (META) e o Google (GOGL) demitiram funcionários nesta quarta-feira (21), segundo o Wall Street Journal, em meio à pressão para reduzir custos. A companhia dona do Facebook tem uma expectativa de cortar pelo menos 10% de seus gastos nos próximos meses, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, reportou a publicação.
Outras atitudes devem ser tomadas para economizar, segundo fontes ouvidas pelo WSJ, mas o corte de pessoal deve ser a principal forma para a Meta gastar menos dinheiro. No segundo trimestre, a companhia afirmou ter 85.553 funcionários, número 82% maior do que no mesmo período do ano passado.
As demissões da Meta já eram previstas desde junho, quando Mark Zuckerberg afirmou em um evento que, “realisticamente, provavelmente um monte de pessoas na empresa não deveriam estar aqui”. À época, o gerente da área de engenharia pediu para que os líderes identificassem os funcionários que não estavam trabalhando o suficiente para “colocá-los em planos de remediação”, antecedendo os desligamentos.
Em julho, a Meta divulgou seus resultados referentes ao segundo trimestre deste ano, apresentando a primeira queda de receita desde que a empresa de Menlo Park fez seu IPO 10 anos atrás.
Antes das demissões, a Meta já estava realizando uma reorganizações dentro da companhia e oferecendo a alguns funcionários a alternativa de se candidatarem para vagas em diferentes áreas. Em resposta às demissões, Tracy Clayton, porta-voz da Meta, reafirmou a declaração de Zuckerberg de que a empresa precisaria realocar recursos para lidar melhor com as prioridades encontradas com o aumento da concorrência. “Fomos públicos sobre a necessidade de nossas equipes mudarem para atender a esses desafios”, disse Clayton ao WSJ. Segundo ele, a opção “é uma forma de reter talento”. Entre os funcionários, a atitude ficou conhecida como o “purgatório de recursos humanos”.
Após a notícia do WSJ sobre as demissões, as ações da Meta chegaram a saltar para máximas da sessão desta quarta, mas logo apagaram ganhos. Às 14h13 no horário de Brasília, os papéis recuavam 0,15%, a US$ 145,88.
Google vai pelo mesmo caminho
O Google também pediu para seus funcionários se candidatem a outras vagas internas caso queiram se manter na empresa. Segundo o WSJ, o Google disse a quase metade dos funcionários da incubadora de startups que eles precisariam encontrar outros empregos dentro de 90 dias — em geral, a gigante de tecnologia dá 60 dias para que isso aconteça.
Ao Wall Street Journal, um porta-voz do Google afirmou que 95% dos funcionários que manifestaram interesse em permanecer na empresa encontraram novas funções dentro do aviso prévio. A Alphabet disse ter 174.014 funcionários ao final do segundo trimestre deste ano, uma alta de 20,8% em relação ao mesmo período de 2021.
As ações da Meta acumulam queda de 56,6% no ano até agora, com o valor de mercado da companhia caindo mais de US$ 685 bilhões. As perdas chegaram até mesmo ao bolso de Zuckerberg, que teve sua fortuna reduzida em mais da metade, caindo US$ 71 bilhões até agora, representando a maior queda entre os ultra-ricos monitorados pelo Bloomberg Billionaires Index.
Com US$ 55,9 bilhões, seu patrimônio líquido ocupa o 20º lugar entre os bilionários globais, seu ponto mais baixo desde 2014 e atrás de três Waltons e dois membros da família Koch.
Já o Google tem se dado melhor nas bolsas, embora tenha caído 27,3% no último ano. No começo deste mês, segundo o WSJ, o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, afirmou que “queria que a empresa se tornasse 20% mais produtiva”, sem detalhar como a produtividade seria aumentada.
--Com informações de Bloomberg News
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