Dr. Apocalipse alerta: o tempo vai fechar

Hoje no Breakfast: O estado de alerta dos mercados com o Fed e nova ofensiva de Putin, o empréstimo de US$ 810 mi a um unicórnio latino-americano e o antídoto para a volta ao escritório. Bom dia e ótima leitura!

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Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Nouriel Roubini, famoso por ter previsto a crise financeira de 2008, espera uma recessão “longa e feia” nos Estados Unidas e no mundo no final de 2022. Ela pode perdurar por todo o ano que vem, com uma correção acentuada no índice S&P 500, disse o economista, conhecido no mercado como Dr. Apocalipse por suas previsões sombrias (ou realistas) sobre a economia.

“Mesmo em uma recessão simples, o S&P 500 pode cair 30%”, disse Roubini, presidente e CEO da Roubini Macro Associates, em entrevista. Em “um verdadeiro pouso forçado”, como o que ele antecipa, o principal índice de ações americano pode retroceder 40%.

Roubini disse que quem espera uma recessão leve nos EUA deveria olhar para os grandes índices de endividamento das corporações e do governos. À medida que os juros sobem e os custos de serviço de dívida aumentam, vêm à tona as instituições, corporações, bancos e países que não têm condições de aguentar o tranco.

Leia mais aqui: Roubini prevê recessão longa e queda adicional de 40% nas ações

Na trilha dos Mercados

A jornada de hoje se moverá no passo da cautela. Além do veredito do Federal Reserve (Fed) sobre os juros norte-americanos, os investidores acompanham com atenção máxima os novos capítulos da invasão da Rússia à Ucrânia.

⏸️ Mercado em pausa. O Fed dará hoje continuidade ao seu ciclo de aperto monetário. São grandes as chances de que suba os juros básicos em 0,75 ponto percentual pela terceira reunião consecutiva. Mas um movimento mais robusto, de 1 ponto percentual, não é descartável, considerando que a inflação persiste em níveis bastante elevados. O mercado financeiro aguarda os próximos passos segurando a respiração: tanto os futuros de índices nos Estados Unidos como as bolsas europeias flutuam do positivo ao negativo, às espera dos novos parâmetros que guiarão a economia e os negócios.

🪖 Escalada da tensão. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou uma mobilização militar parcial de 300.000 soldados com o objetivo de anexar territórios. A decisão chega após a Ucrânia retomar cerca de 10% dos territórios tomados pela Rússia. Em discurso televisivo, Putin avisou estar disposto a usar “todos os meios” à sua disposição para assegurar “a soberania, a segurança e a integridade territorial de seu país” e disse que o alerta não é um “blefe”.

📈 Procurando refúgio. O efeito sobre os preços do petróleo foi imediato, que subiam ante a possibilidade de interrupção de fornecimento da commodity. A escalada da guerra russa repercute diretamente nos mercados, aprofundando as crises energética e alimentar em curso ao redor do globo. Como reação, ativos de refúgio como o ouro e os títulos soberanos - tanto os dos EUA como os europeus - ganhavam valor diante das declarações de Putin.

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🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-1,01%), S&P 500 (-1,13%), Nasdaq Composite (-0,95%), Stoxx 600 (-1,09%), Ibovespa (+0,62%)

Os investidores priorizaram a cautela na sessão de ontem, em resguardo pela decisão de hoje do Fed, e as bolsas norte-americanas fecharam no vermelho. Foi um dia de volatilidade, em que o mercado aproveitou alguns preços descontados ao longo do dia, mas sem abdicar da prudência até conhecer a estratégia do banco central e avaliar seu efeito sobre a economia. Entre os investidores, o consenso é de um aumento de 0,75 ponto percentual da taxa de juros dos EUA.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Vendas de Casas Existentes/Ago, Relatório de Estoques de Petróleo Bruto (EIA), Juros e Pedidos de Hipotecas - MBA. CEOs de grandes bancos testemunham no Congresso

Europa: Reino Unido (Dívida Líquida do Setor Público/Ago, Índice CBI de Tendências Industriais/Set)

Ásia: Japão (Investimento Estrangeiro em Ações)

América Latina: Brasil (Reunião do Copom, Receita Tributária Federal); Argentina (Balança Comercial e Balanço Orçamentário/Ago, Taxa de Desemprego/3T22); México (Vendas no Varejo/Jul)

Banco centrais: Decisões sobre juros do Fed e do Banco Central do Brasil. Reunião de Política Não Monetária do BCE. Discursos de Luis de Guindos (vice-presidente do BCE) e de Johannes Beermann (Bundesbank)

📌 Para a semana:

Quinta: Reuniões de política monetária dos bancos centrais do Japão, Reino Unido, Indonésia, África do Sul, Turquia e Suíça

Sexta: Secretária do Tesouro dos EUA Janet Yellen discursa em Washington. PMIs da Zona do Euro

Destaques da Bloomberg Línea

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Edição: Michelly Teixeira, News Editor | Europe