Copom mantém Selic em 13,75% e pausa ciclo de aperto iniciado em 2021

Decisão do Banco Central vem na sequência de alívio na pressão sobre preços, em parte por causa de redução temporária de impostos

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Bloomberg Línea — O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu manter a taxa de juros em 13,75% ao ano e encerrar o ciclo de aperto monetário iniciado em março de 2021, como era esperado pela maior parte do mercado. Em seu último encontro antes do primeiro turno das eleições, a autoridade divulgou o comunicado nesta quarta-feira (21), em um cenário de relativa queda da pressão sobre os preços.

Segundo o comunicado, “o Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva”.

“O Comitê avalia que a conjuntura, ainda particularmente incerta e volátil, requer serenidade na avaliação dos riscos”.

Sobre as próximas reuniões, o Copom reforçou que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

A taxa havia sido elevada por 12 reuniões seguidas, passando de 2% ao ano para 13,75%.

Entre os riscos de alta da pressão dos preços, o Copom destaca “a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada”. O comunicado também reforçou os motivos de baixa já antecipados pelo mercado, como cortes de impostos.

A decisão do comitê não foi unânime, com sete membros, incluindo o presidente, Roberto Campos Neto, votando pela manutenção, enquanto dois defendiam o aumento de 0,25 ponto percentual.

Dentro das expectativas

A queda da inflação, favorecida por cortes de impostos sobre os preços dos combustíveis, e o recuo das commodities no exterior reforçaram as expectativas de pausa no aperto monetário nos últimos dias.

Por outro lado, a resiliência da atividade econômica e a pressão mostrada pelos núcleos de inflação e pelo preços do setor de serviços, em meio ao ambiente de alta dos juros externos e as incertezas fiscais domésticas para 2023, endossava análises mais conservadoras de alta das taxas.

Traders haviam reduzido as apostas na estabilidade do juro neste Copom e no início dos cortes no primeiro trimestre de 2023 em razão da mensagem mais recente do Banco Central.

Campos Neto, disse no início do mês que continuava válida a mensagem de que o comitê avaliaria a necessidade de nova uma alta em setembro. Segundo ele, a autoridade não pensava, naquele momento, em queda dos juros como estava esperando o mercado.

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