Dólar vai a R$ 5,28 com aversão a risco no exterior à espera de decisão de juros

Investidores aguardam nesta semana as reuniões do Copom (Brasil) e do Fomc (EUA), que vão decidir o rumo das taxas de juros nos dois países

Moeda era negociada acima de R$ 5,20 diante do sentimento de maior aversão ao risco
19 de Setembro, 2022 | 10:49 AM

Bloomberg Línea — Seguindo o mau humor externo e à espera das decisões de política monetária no Brasil (Copom) e nos Estados Unidos (Fomc), o Ibovespa (IBOV) recua na manhã desta segunda-feira (19).

Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o principal índice de renda variável da bolsa brasileira cedia 0,6%, enquanto o dólar avançava, com investidores buscando ativos mais seguros.

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No relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta manhã, os economistas reduziram novamente suas projeções de alta para a inflação neste e no próximo ano. Agora, a expectativa é de alta de 6,00% do IPCA este ano (ante estimativa de 6,40%), e de 5,01% em 2023 (ante 5,17% anteriormente).

Para a taxa Selic, as projeções se mantiveram em juros de 13,75% em dezembro, caindo para 11,25% ao fim de 2023. Embora o Focus aponte para uma manutenção da taxa básica na reunião do Copom desta semana, a expectativa não é unânime; há quem veja um aumento de 25 pontos base, para 14% ao ano.

Confira o desempenho dos mercados nesta segunda-feira (19):

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  • Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,60%, aos 108.620 pontos;
  • O dólar à vista subia 0,43%, a R$ 5,28;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 subia quatro pontos base, a 12,06%;
  • Nos EUA, os índices futuros recuavam nesta manhã: o Dow Jones caía 0,77%, o S&P 500, 0,75%, enquanto o Nasdaq tinha baixa de 0,74%;
  • Na Europa, o movimento também era de baixa: o índice CAC-40, de Paris, por exemplo, cedia cerca de 1%;

Cena externa

Em Wall Street, o sentimento também é negativo, após a pior semana para as bolsas americanas desde junho. A fraqueza nos mercados reflete as expectativas de um aumento desproporcional da taxa de juros pelo Federal Reserve, com temores de que seu aperto agressivo para conter a inflação provoque uma recessão.

Os investidores também enfrentam uma potencial volatilidade de decisões políticas nesta semana pelo Banco da Inglaterra, o Banco do Japão e uma série de outros bancos centrais.

A queda nas ações globais se aprofundou depois que dados de inflação acima do que o esperado nos EUA estimularam traders a aumentar as apostas para aumentos de juros. Os swaps continuam a precificar uma alta de 75 pontos base nesta quarta-feira (21), com algumas apostas se inclinando para um aumento de um ponto percentual.

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Os principais estrategistas de Wall Street veem riscos crescentes para os lucros e valuations de ações dos EUA. Tanto Michael J. Wilson, do Morgan Stanley (MS), quanto David J. Kostin, do Goldman Sachs (GS), disseram que os ventos contrários à lucratividade estão aumentando, destacando a política monetária mais rígida e a pressão sobre as margens das empresas.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.