À espera do Fed: Morgan Stanley recomenda exposição maior em cash

Fundos hedge passam a precificar desvalorização ainda maior de bolsas, segundo estrategistas quantitativos do banco de investimento

Por

Bloomberg — As chances de capitulação nos mercados acionários começam a aumentar. Fundos hedge macro agora precificam um cenário mais extremo para uma onda vendedora global, de acordo com estrategistas quantitativos do Morgan Stanley.

Investidores macro globais esperam elementos de deslocamento do mercado, uma vez que permanecem com posições vendidas líquidas em ações e “miram um risco tático para a taxa terminal dos Estados Unidos e para o rendimento dos Treasuries de 10 anos acima de 5% e 4%, respectivamente”, disseram estrategistas como Gilbert Wong em nota. “Estar ‘overweight’ em dinheiro é a melhor maneira de se proteger.”

Fundos projetam que os valuations das ações na Ásia/mercados emergentes e nos EUA caiam entre 5% e 6% em relação aos níveis atuais, o que implica que o índice MSCI Emerging Market esteja próximo da projeção de meta baixista de 890 pontos, além de uma nova mínima para o acumulado do ano de 3.600 pontos para o S&P 500, segundo cálculos do banco de investimento.

A aposta em uma tendência baixista foi reforçada desde que o governo americano divulgou dados de inflação acima do esperado em agosto na semana passada. E essa percepção pode piorar no curto prazo, já que as posições vendidas foram cobertas em meio a quedas e a volatilidade permanece bem abaixo dos níveis vistos nos momentos de pico de medo do mercado.

Aumentos significativos das taxas de juros aplicados pelos principais bancos centrais, com exceção da China e do Japão, colocaram as economias globais à beira da recessão e os mercados acionários rumo a um “bear market”.

Depois de sonhar por muito tempo com um giro “dovish”, ou seja, de alívio da política monetária, investidores acordam para a sombria realidade de terem que aguentar altas contínuas dos juros em um esforço dos bancos centrais para frear a maior inflação em décadas.

Wong e equipe aconselham investidores a “ficarem na defensiva até que a capitulação” ocorra. E recomendam incluir ações de crescimento de qualidade no portfólio em meio a qualquer onda vendedora e evitar papéis com atributos de baixa qualidade e crescimento que não dê lucro.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Cash is king: cautela de gestores globais é a maior desde 2001, revela BofA

©2022 Bloomberg L.P.