São Paulo — A morte da Rainha Elizabeth II, que ocupou o trono real britânico por 70 anos, causou mudanças também no mundo corporativo. Com o adeus à monarca, a partir de agora, tanto a Heinz quanto outras 800 companhias do setor de alimentos e bebidas terão de mudar suas embalagens para se adequarem à nova era da família real, segundo o site oficial do Royal Warrant Holders Association (RWHA).
A Heinz, por exemplo, fabricante de ketchup, terá de tirar de sua embalagem o machado e o brasão da rainha. Outros alvos da mudança são a marca de chá Twinnings e o champagne Bollinger. Serão removidos dos produtos os “royal warrants”, ou “mandados reais”, na tradução literal para o português.
Os mandados reais são documentos que permitem que a empresa use o brasão real em produtos e em sua comercialização em troca do fornecimento de bens e serviços e à realeza. Com a morte da rainha, segundo o RWHA, os mandados se tornam nulos.
Outras companhias que haviam recebido a concessão da rainha são a Cadbury, Coca-Cola, Premier Foods e Unilever.
Em seu site oficial, o RWHA afirma que “a casa real revisará as concessões de mandados após a mudança do soberano reinante” e que “a empresa ou indivíduo pode continuar a usar as armas reais em conexão com o negócio por até dois anos, desde que não haja mudança significativa dentro da empresa em questão”.
O RWHA define que produtos com os mandados reais apenas registram a “capacidade comercial para a Casa Real e que habilita o titular da Royal Warrant a usar as Armas Reais em conexão com seus negócios”.
Como funciona o Royal Warrant?
Para se qualificar, uma marca precisa fornecer produtos ou serviços de forma regular e contínua às Casas Reais do Concedente por não menos de cinco anos dos últimos sete. Segundo o RWHA, “todas as famílias são financiadas separadamente. Entre outras coisas, os candidatos também devem demonstrar que possuem uma política ambiental e de sustentabilidade adequada e um plano de ação”.
A situação muda com a morte de um monarca, como aconteceu com Elizabeth II.
“O documento da Royal Warrant será anulado [em caso de morte do monarca], mas a empresa ou indivíduo poderá continuar a usar as Royal Arms em conexão com os negócios por até dois anos, desde que não haja mudanças significativas na empresa em questão. A Casa Real revisará as concessões de mandados após uma mudança de Soberano reinante”, explica o RWHA.
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