Por que a Heinz mudará a embalagem do ketchup com a morte da Rainha Elizabeth

Empresa terá que tirar o machado e o brasão da rainha, exibido ‘com orgulho e destaque em suas embalagens ou nas entradas das lojas’

A bottle of tomato ketchup, manufactured by Kraft Heinz Co., right, stands next to a jar of Marmite, manufactured by Unilever NV, in this arranged photograph in London, U.K., on Tuesday, Feb. 21, 2017. On Sunday, Kraft Heinz Co. withdrew its bid for Unilever, which would've created the world's No. 2 food-and-beverage company. Photographer: Chris Ratcliffe/Bloomberg
18 de Setembro, 2022 | 02:36 PM

São Paulo — A morte da Rainha Elizabeth II, que ocupou o trono real britânico por 70 anos, causou mudanças também no mundo corporativo. Com o adeus à monarca, a partir de agora, tanto a Heinz quanto outras 800 companhias do setor de alimentos e bebidas terão de mudar suas embalagens para se adequarem à nova era da família real, segundo o site oficial do Royal Warrant Holders Association (RWHA).

A Heinz, por exemplo, fabricante de ketchup, terá de tirar de sua embalagem o machado e o brasão da rainha. Outros alvos da mudança são a marca de chá Twinnings e o champagne Bollinger. Serão removidos dos produtos os “royal warrants”, ou “mandados reais”, na tradução literal para o português.

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Os mandados reais são documentos que permitem que a empresa use o brasão real em produtos e em sua comercialização em troca do fornecimento de bens e serviços e à realeza. Com a morte da rainha, segundo o RWHA, os mandados se tornam nulos.

Outras companhias que haviam recebido a concessão da rainha são a Cadbury, Coca-Cola, Premier Foods e Unilever.

Em seu site oficial, o RWHA afirma que “a casa real revisará as concessões de mandados após a mudança do soberano reinante” e que “a empresa ou indivíduo pode continuar a usar as armas reais em conexão com o negócio por até dois anos, desde que não haja mudança significativa dentro da empresa em questão”.

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O RWHA define que produtos com os mandados reais apenas registram a “capacidade comercial para a Casa Real e que habilita o titular da Royal Warrant a usar as Armas Reais em conexão com seus negócios”.

Como funciona o Royal Warrant?

Para se qualificar, uma marca precisa fornecer produtos ou serviços de forma regular e contínua às Casas Reais do Concedente por não menos de cinco anos dos últimos sete. Segundo o RWHA, “todas as famílias são financiadas separadamente. Entre outras coisas, os candidatos também devem demonstrar que possuem uma política ambiental e de sustentabilidade adequada e um plano de ação”.

A situação muda com a morte de um monarca, como aconteceu com Elizabeth II.

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“O documento da Royal Warrant será anulado [em caso de morte do monarca], mas a empresa ou indivíduo poderá continuar a usar as Royal Arms em conexão com os negócios por até dois anos, desde que não haja mudanças significativas na empresa em questão. A Casa Real revisará as concessões de mandados após uma mudança de Soberano reinante”, explica o RWHA.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.