Bloomberg Línea — A inflação também está afetando aposentados e pessoas que pensam em se aposentar. Os preços do petróleo, dos alimentos e da moradia estão reduzindo o poder de compra e trazendo dificuldades para aqueles que planejam a vida após anos de trabalho.
Neste contexto, as empresas Natixis Investment Managers e CoreData Research, que nos últimos dez anos vêm produzindo um ranking anual dos países com as melhores condições para a aposentadoria, indicam que os países europeus continuam no topo do ranking, devido às suas políticas e condições estatais para este grupo demográfico.
A lista não engloba todos os países do mundo, apenas as economias avançadas classificadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), os membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e os países do bloco BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), totalizando 44 países.
Noruega, Suíça, Islândia, Irlanda e Austrália são os cinco primeiros deste ano. Em contraste, Chile, Colômbia, Brasil e México, os únicos países latino-americanos no estudo, estão entre os 10 piores.
A pesquisa avalia quatro índices temáticos: acesso a serviços de saúde de qualidade, meios materiais para viver confortavelmente na aposentadoria, acesso a serviços financeiros de qualidade para ajudar a preservar a poupança e maximizar a renda, e qualidade de vida, que inclui índices de felicidade, qualidade do ar, água e saneamento. Cada um atribui uma pontuação percentual de 0 a 100%.
Dos 44 lugares na lista, o Chile ocupa o 34º, o México, o 36º, a Colômbia, o 42º, e o Brasil, o 43º. Mas por que eles estão no final do ranking? Entre todos os indicadores que compõem o ranking, todos os quatro países têm sua pontuação mais baixa no índice de bem-estar material, sendo a Colômbia e o Brasil os países com o pior desempenho nesta área, com pontuação abaixo de 40% de 100%. A pontuação do Brasil é extremamente baixa: 4%.
Embora alguns desses países tenham um desempenho relativamente melhor em outros subíndices, como o Chile, que ocupa o quinto lugar em finanças globais (junto com a Austrália), isso não é suficiente para compensar a baixa pontuação em bem-estar material.
Comparativamente, Chile e Brasil permanecem na mesma posição que estavam no ranking de 2021. México e Colômbia se moveram na lista: o primeiro subiu um lugar em relação ao 37º lugar do ano passado, e a Colômbia caiu dois lugares, do 40º para o 44º.
Pelo quarto ano consecutivo, a América do Norte tem a maior pontuação regional, com 69%. A Europa Ocidental ficou em segundo lugar com uma pontuação geral de 66%, seguida em terceiro e quarto lugares pela Europa Oriental e Ásia Central (49%) e América Latina (37%), e a Ásia-Pacífico (32%) ficou em último lugar.
Analisando por indicadores, a América Latina ocupa o terceiro lugar em indicadores financeiros e de qualidade de vida; quarto em saúde e quinto em seu ponto fraco: o bem-estar material. De acordo com o ranking, o desempenho da região neste último indicador, com uma pontuação de apenas 16%, afeta significativamente seu desempenho geral.
De acordo com as empresas que elaboraram o ranking, o rápido aumento dos custos e das taxas de juros que, embora promissoras para rentabilizar ativos de longo prazo, podem ser um problema no curto prazo para os investidores, são os fatores com a maior probabilidade de afetar as aposentadorias este ano.
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