Ray Dalio faz previsão sombria para a bolsa se juro nos EUA subir para 4,5%

Traders agora apostam em aumento de 75 pontos base no juro na próxima semana pelo Fed, levando a taxa ao intervalo de 3% a 3,25%; e que vai subir mais

Investidor observou que os investidores ainda podem ser muito complacentes com a inflação de longo prazo
Por Ye Xie
17 de Setembro, 2022 | 09:46 AM

Bloomberg — Ray Dalio, um dos investidores mais bem-sucedidos da história dos mercados, passou a adotar uma previsão mais sombria para as ações nos Estados Unidos e para a economia depois que dados recentes de inflação acima do esperado abalaram os mercados financeiros nesta semana que passou.

“Parece que as taxas de juros terão que subir muito [em direção ao limite superior da faixa de 4,5% a 6%]”, escreveu o bilionário fundador da Bridgewater Associates, maior fundo hedge do mundo, em um artigo publicado no LinkedIn nesta semana.

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“Isso reduzirá o crescimento do crédito do setor privado, o que reduzirá os gastos do setor e, portanto, a economia com ele.”

Segundo o investidor, um aumento nas taxas de juros para cerca de 4,5% levaria a uma queda de cerca de 20% nos preços das ações com base no efeito do desconto a valor presente. Além disso, Dalio estima um impacto negativo de 10% em meio à queda da renda das famílias.

A curva de juros mostra que os traders estão precificando, quase que de forma unânime, um aumento de 75 pontos base na próxima semana pelo Federal Reserve, levando a taxa para o intervalo entre 3% e 3,25%. Há pequena chance de um aumento de um ponto percentual (100 pontos base).

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A expectativa é de que a taxa dos fundos do Fed atinja um pico próximo a 4,5% no próximo ano, um aumento em relação à faixa atual de 2,25% a 2,5%.

Dalio observou que os investidores ainda podem ser muito complacentes com a inflação de longo prazo. Enquanto o mercado de títulos de renda fixa sugere que os traders estão esperando uma taxa de inflação média anual de 2,6% na próxima década, sua “estimativa” é que o aumento será de cerca de 4,5% a 5%. Com choques econômicos, pode ser ainda “significativamente maior”, acrescentou.

Na publicação, Dalio avalia que a curva de juros dos Estados Unidos será “relativamente estável” até que haja um “efeito negativo inaceitável” na economia.

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Uma inversão cada vez mais profunda das principais medidas de curva – vistas por muitos como um potencial prenúncio de recessão – ajudou a reforçar uma visão mais pessimista sobre a atividade econômica entre os investidores.

Os investidores, especulando que o Fed levará a economia à recessão no próximo ano na luta para conter a inflação, já veem os formuladores de políticas diminuindo as taxas ao fim de 2023.

O S&P 500 está caminhando para sua maior perda anual desde 2008, enquanto os Treasuries sofreram uma de suas piores baixas em décadas.

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- Com a colaboração de Michael MacKenzie e Edward Bolingbroke

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