China mostra sinais de recuperação, mas pessimismo prevalece

Apesar dos sinais de melhora, a recuperação continua frágil à medida que os surtos de Covid se espalham pelo país

Una bandera nacional china frente al Gran Bazar Internacional de Xinjiang en Urumqi, provincia de Xinjiang, China, el miércoles 12 de mayo de 2021
Por Bloomberg News
16 de Setembro, 2022 | 08:25 AM

Bloomberg — A economia da China mostra sinais de recuperação em resposta às medidas de estímulo do governo, mas a queda do mercado imobiliário e os surtos de Covid continuam a pesar nas perspectivas para o país.

Produção industrial, vendas no varejo e investimentos em ativos fixos todos cresceram mais rápido do que os economistas esperavam no mês passado. O desemprego urbano caiu para 5,3%, enquanto o desemprego entre jovens caiu de um nível recorde.

O aumento das vendas no varejo decorreu em parte de uma base de comparação menor em relação ao ano anterior, e também de um impulso nas vendas de carros depois que Pequim ofereceu subsídios aos compradores de veículos elétricos. A produção industrial foi apoiada por um salto na geração de energia durante a onda de calor de agosto, uma recuperação que dificilmente será sustentada.

Apesar dos sinais de melhora, a recuperação continua frágil à medida que os surtos de Covid se espalham pelo país e o governo aperta restrições para conter infecções antes do congresso de liderança do Partido Comunista no próximo mês.

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A crise imobiliário também não mostra sinais de alívio. Os preços de imóveis recuaram pelo 12º mês consecutivo, e a contração em agosto foi maior do que em julho, segundo relatório também divulgado na sexta-feira.

“Embora os dados de hoje sejam melhores do que o esperado, é improvável que mude o pessimismo predominante em relação à China, dados os vários ventos contrários em andamento, incluindo Covid Zero, crise imobiliária e a falta de medidas políticas decisivas antes do congresso do Partido”, disse Larry Hu, economista-chefe para China do Macquarie Group.

O mercado também não se impressionou com a melhora nos dados de atividade. A desvalorização do yuan continuou a pesar sobre o sentimento e as bolsas asiáticas terminaram a semana em queda.

O governo disse que os dados mostraram que “a economia resistiu aos impactos de vários fatores inesperados e sustentou o impulso da recuperação”. Mas a China enfrenta uma situação mais complexa e difícil este ano do que em 2020, dada a dificuldade em controlar os surtos de Covid e a desaceleração da economia global, disse Fu Linghui, porta-voz da agência de estatísticas do país.

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