Musk vs. Twitter: fundos de Wall Street fazem apostas para a batalha jurídica

Greenlight Capital de David Einhorn, entre outros, montam posições para lucrar em cima do desfecho do caso que começa a ser julgado em outubro

Twitter versus Musk: Wall Street se prepara para a disputa legal do ano sobre a oferta de compra pelo bilionário (que desistiu)
Por Katherine Burton - Hema Parmar e Yiqin Shen
14 de Setembro, 2022 | 01:29 PM

Bloomberg — Grandes fundos de Wall Street, como o Greenlight Capital de David Einhorn e o Pentwater Capital, apostam que Elon Musk não vai conseguir se livrar da compra do Twitter (TWTR).

Musk, a pessoa mais rica do mundo, segundo o Bloomberg Billionaire Index, é conhecido por contestar algumas regras do mercado e tenta desistir de seu acordo de compra da plataforma social por US$ 44 bilhões. Vários fundos têm comprado ações, opções ou títulos em apostas de que Musk perderá um julgamento marcado para começar em 17 de outubro.

Essa pode ser uma oportunidade para um tipo de fundo que passa por um ano difícil. Os chamados fundos orientados a eventos, que muitas vezes apostam em fusões e aquisições, caíram 4% em média, segundo a empresa de pesquisa PivotalPath.

A lei é clara, disse Einhorn em uma carta aos investidores. E “se fosse qualquer outra pessoa além de Musk, reduziríamos as chances de o comprador escapar do negócio a muito menos de 5%”, disse.

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O gestor, cuja empresa comprou ações do Twitter a um preço médio de US$ 37,24, discorda das especulações de que o tribunal decidiria a favor de Musk para evitar constrangimento caso o magnata com um patrimônio líquido de mais de US$ 250 bilhões simplesmente resolva ignorar a decisão.

“Achamos que o incentivo para o Delaware Chancery Court, o mais proeminente e respeitado tribunal de negócios do país, é realmente seguir a lei e aplicá-la”, escreveu Einhorn.

Um advogado de Musk e um porta-voz do Twitter não quiseram comentar.

A Pentwater, liderada por Matthew Halbower, comprou mais de 18 milhões de ações do Twitter no segundo trimestre, tornando a gestora a sétima maior acionista com uma participação de 2,4%.

Halbower disse à CNBC em julho que esperava que Musk, que se ofereceu para comprar o Twitter por US$ 54,20 por ação em oferta em abril, fosse forçado a concluir a compra.

Até agora, o mercado parece apoiar essa visão.

Na terça-feira (13), quando as bolsas americanas despencaram diante da expectativa de alta acentuada de juros pelo Fed, os acionistas do Twitter votaram pela aprovação da aquisição — e as ação tiveram o segundo melhor desempenho no S&P 500, com alta de 0,8% para US$ 41,74.

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O papel, no entanto, não fechou mais acima de US$ 44,50 desde que Musk sugeriu pela primeira vez em maio que ele poderia desistir do negócio. Alguns analistas e investidores, incluindo Einhorn, disseram que a ação cairia para US$ 20 se o negócio desmoronar.

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