Inflação, estopim de crises na AL

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Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Governos de toda parte estão sob imensa pressão para amortecer o impacto dos preços crescentes de alimentos e combustíveis. Na América Latina, a crise arrisca acender um barril de pólvora.

Do México ao Brasil, a inflação alta aumenta a distância entre ricos e pobres em uma região que já é a mais desigual do mundo. E a reviravolta política que ela tem gerado pode ser uma prévia do que está por vir, à medida que autoridades no mundo todo lutam para atender a demandas por mais gastos sociais.

Em toda a América Latina, uma classe média que estava em expansão vê suas perspectivas se deteriorarem. Para os mais pobres, a última onda de aumentos de preços ao consumidor será um ponto percentual maior do que para os mais ricos, segundo estimativas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Um terço da população da região deve ficar abaixo da linha da pobreza, vivendo com menos de US$ 1,90 por dia.

⇒ A evidência de que o impacto pesa mais fortemente sobre os mais pobres já se converte em agitação social nos diferentes países da América Latina.

Na trilha dos Mercados

A leitura inesperadamente alta da inflação de agosto nos Estados Unidos praticamente garantiu aos mercados que o Federal Reserve (Fed) aumentará os juros em 0,75 ponto percentual na próxima semana. Wall Street então começou a pesar a possibilidade de que o Fed opte por uma manobra de política monetária ainda mais agressiva. As chances de uma alta de um ponto completo aumentaram mais de 20%.

💦 Balde de água fria. O aumento acima do esperado dos preços nos EUA representou um verdadeiro um balde de água fria para o mercado, já que as apostas de que a inflação já tinha alcançado um teto começavam a desviar os investidores para os ativos de maior risco. O dado de ontem arrastou as bolsas norte-americanas para o seu pior nível em dois anos.

🦑 Inflação com tentáculos. O índice de preços ao consumidor é persistente e onipresente. Mas hoje, no Reino Unido, acendeu uma esperança de que possa estar alcançando um pico. A inflação britânica recuou ligeiramente de seu máximo em quatro décadas, de 10,1% em julho para 9,9% em agosto. O consenso dos economistas era de uma taxa de 10%.

A leitura alivia parte da pressão sobre o Bank of England (BoE). A primeira-ministra Liz Truss anunciou planos para congelar o aumento das contas de energia que se produzirá em outubro, uma medida que, segundo economistas, amortecerá uma nova disparada de preços neste inverno.

🇺🇸 De volta às compras. Ao menos por enquanto. Uma aparente calma voltava aos mercados dos EUA, depois da forte tormenta de ontem, quando o S&P 500 perdeu mais de 4% e a queda do Nasdaq superou os 5%. Os futuros de índices norte-americanos subiam, mas entre as bolsas europeias o movimento era de baixa. Um dos principais catalisadores de hoje será o índice de preços ao produtor nos Estados Unidos. Os prêmios dos títulos do Tesouro dos EUA com 10 anos aumentavam, próximos do maior patamar em uma década.

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🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-3,94%), S&P 500 (-4,32%), Nasdaq Composite (-5,16%), Stoxx 600 (-1,55%), Ibovespa (-2,30%)

Os dados de inflação acima do esperado nos EUA foram o gatilho para um forte movimento de venda nas bolsas, pois reforçaram a aposta de um Fed mais agressivo no combate à alta dos preços. Em Wall Street, as bolsas tiveram o pior desempenho em dois anos, com quedas de até 5,2%, caso do Nasdaq 100, pesado em tecnologia. O IPC americano subiu 8,3% em agosto na base anual, acima da estimativa média dos economistas de 8,1%. O alívio nos preços dos combustíveis não foi suficiente para baixar mais os preços nos EUA.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: EUA (IPP/Ago), Relatório Mensal da Agência Internacional de Energia (AIE), Estoques de Petróleo Bruto, Pedidos de Hipotecas de 30 anos - MBA

Europa: Pronunciamento de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Reino Unido (IPC e IPP/Ago, Índice Nationwide de Preços dos Imóveis)

Ásia: Japão (Produção Industrial/Jul; Utilização da Capacidade Instalada/Jul, Balança Comercial/Ago)

América Latina: Brasil (Vendas no Varejo/Jul, Confiança do Consumidor/Set); Argentina (IPC/Ago)

Bancos Centrais: Falam Philip Lane, Elizabeth McCaul e Andrea Enria, todos do BCE

📌 Para a semana:

Quinta: EUA (Estoques do Comércio, Vendas no Varejo, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Índice Empire State de Atividade Industrial/Set)

Sexta: Zona do Euro (IPC); EUA (Sentimento do Consumidor -Universidade de Michigan); China (Vendas de Casas, Vendas no Varejo, Produção Industrial, Taxa de Desemprego)

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Edição: Michelly Teixeira, News Editor | Europe