Wall Street ajusta previsões após inflação acima do esperado

Operadores aumentaram suas apostas em outra alta de 0,75 ponto percentual na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) da próxima semana

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Bloomberg — Investidores, analistas e economistas receberam um choque de realidade na terça-feira (13), quando a inflação do mês de agosto nos EUA superou as expectativas e levou as ações nos EUA à maior queda em mais de duas semanas.

O S&P 500 despencou até 2,7%, quebrando sua sequência de ganhos mais longa em mais de dois meses, enquanto o Nasdaq 100, pesado em tecnologia, caiu até 3,6%.

As bolsas americanas haviam subido nos últimos dias, com economistas prevendo que os dados do Departamento do Trabalho mostrariam outra desaceleração considerável na alta de preços nos EUA. Em vez disso, o índice de preços ao consumidor (CPI) aumentou 0,1% em relação a julho e caiu menos do que o esperado em relação ao mesmo período do ano passado.

Em resposta à inflação mais quente do que o esperado, os operadores aumentaram suas apostas em outra alta de 0,75 ponto percentual na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) da próxima semana.

Segue o que Wall Street está dizendo sobre os dados de inflação de agosto e o que isso significa para renda variável:

Guillermo Hernandez Samper, chefe da mesa de operações na gestora MPPM:

“Foi um choque de realidade. Os mercados estavam, novamente, se precipitando. O Federal Reserve não pisará no freio antes do final do ano, então podemos esperar mais aumentos de juros.”

James Athey, diretor de investimentos da Abrdn:

“O salto recente das ações parecia incrivelmente mal avaliado e prematuro. Esse número de CPI é muito forte em relação ao consenso e não é de jeito nenhum o que o Fed queria ver. A chance do ritmo de aumentos se desacelerar após setembro diminuiu um pouco com esses dados.”

Sebastien Galy, macro-estrategista sênior da Nordea Asset Management:

“O mercado de ações americano estava simplesmente otimista demais, enquanto os mercados de ações europeus estão muito mais baratos, o que dá a eles alguma resistência a esse tipo de choque.”

Mark Hamrick, analista econômico sênior da Bankrate:

“Os preços de itens básicos continuam a alimentar esse fogo, incluindo moradia, comida e assistência médica. O declínio substancial nos preços da gasolina é digno de nota, mas não resolve o problema geral da inflação.”

Danni Hewson, analista financeiro da AJ Bell:

“Preços que estavam borbulhando levam tempo para esfriar e os mercados estavam um pouco entusiasmados demais nos últimos dias com a perspectiva de aumentos de juros menos agressivos do Fed em um futuro próximo. A realidade é que, embora a maioria das coisas pareça estar indo na direção certa, ainda há ventos contrários significativos quando se trata de coisas como fornecimento de eletricidade e gás e simplesmente manter um teto sobre a cabeça das pessoas.

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