Inflação nos EUA: mercados passam a cair com CPI acima do esperado em agosto

Preços ao consumidor sobem 8,3% na base anual, acima da projeção consensual de 8,1%, o que alimenta pressão de alta do juro pelo Fed

Preços de alimentos subiram 11,4% nos EUA em 12 meses, motivo de preocupação para as famílias que moram no país
13 de Setembro, 2022 | 09:37 AM

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Bloomberg Línea — - Atualizado às 9h43 com virada do mercado após a divulgação dos dados

Depois de um início de manhã em alta, os futuros das bolsas americanas viraram e passaram a cair após a divulgação de que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos subiu acima do esperado em agosto.

O CPI registrou uma alta de 0,1% na comparação mensal, com avanço de 8,3% na base anual - acima dos 8,1% esperados pelo consenso de mercado, ainda que abaixo da alta de 8,5% do mês anterior.

Isso indica que o alívio nos preços dos combustíveis com a queda nas cotações do petróleo não foi o suficiente para baixar ainda mais os preços na maior economia do mundo. Na ponta da pressão para cima, os preços de alimentos e de produtos médicos subiram - no primeiro caso, 11,4% em 12 meses.

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A expectativa de economistas, medida pela Bloomberg News, era de uma queda de 0,1% na base mensal.

Perto das 9h40, os futuros dos principais índices americanos apagavam a alta da manhã e caíam. Os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e da Nasdaq recuavam 0,66%, 0,72% e 0,73%, respectivamente.

Os números da inflação do CPI, a última divulgação antes da próxima reunião do Federal Reserve na semana que vem, nos dias 20 e 21 de setembro, foram divulgados nesta terça-feira (13) às 9h30 (de Brasília) pelo Departamento de Estatísticas dos Estados Unidos.

Na última quarta-feira (8), o presidente do Fed, Jerome Powell, na última aparição antes do período de silêncio da autarquia, disse que o papel do banco central americano está focado em usar as ferramentas de política monetária para baixar a inflação “antes que a população encare a alta de preços como o novo normal”, tornando a tarefa de parar o aumento mais difícil.

Outras autoridades do banco central americano também pontuaram, antes do período que antece a reunião, que a alta de juros não deve parar por aqui. A vice-presidente do Fed, Lael Brainard, disse na última semana que os EUA terão que aumentar as taxas de juros para níveis mais restritivos e que há espaço para margens de varejo mais baixas que podem aliviar as pressões de preços.

Já a presidente do Fed Bank de Cleveland, Loretta Mester, alertou contra a declaração de vitória antecipada sobre a inflação, enquanto sua colega de Boston, Susan Collins, disse que é muito cedo para especificar o que os formuladores de políticas devem fazer na reunião deste mês.

- Com informações da Bloomberg News

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.