Mercados sobem enquanto ponderam sobre inflação, rumo dos juros e geopolítica

Futuros de índices dos EUA, bolsas europeias e até os bônus do Tesouro se valorizam; euro se aprecia frente ao dólar com geopolítica no radar

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Barcelona, Espanha — (Esta é a atualização de nota publicada originalmente às 6h50)

A inflação apontará o norte aos investidores esta semana. Além do indicador de preços dos Estados Unidos, que sai amanhã, os investidores terão pela frente o comportamento da inflação em agosto em vários países europeus e da Zona do Euro em seu conjunto.

A proximidade da reunião do Federal Reserve (Fed), na semana que vem, e o vencimento massivo de opções nos EUA na sexta-feira devem adicionar volatilidade aos negócios.

💸 Inflação ‘Made in USA’ Entre as opiniões sobre a trajetória dos preços nos EUA, há quem espere que o índice de preços ao consumidor volte a perder fôlego, marcando 8% de alta. No entanto, o núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, poderia se acelerar. Isso reforçaria o consenso entre os operadores de que o Fed, para frear os preços, volte a aplicar outra grande alta dos juros, depois de dois acréscimos consecutivos de 0,75 ponto percentual.

👣 Os passos do Fed. Christopher Waller, um dos membros do Fed responsáveis pela política monetária dos EUA, se mostrou partidário de uma “nova e significativa” alta dos juros no final deste mês, na proporção de 0,75 ponto. Seu colega James Bullard também disse que se inclina “com mais força” a um terceiro aumento consecutivo desta magnitude. A homóloga de Kansas, Esther George, assinalou que o Fed tem argumentos claros para enxugar a liquidez do mercado, mas ela ressalvou que a prioridade deve recair sobre a constância, mais que a velocidade de alta das taxas.

→ Leia o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: O rumo do dólar na visão de Summers

💶 Euro em agitação. A moeda do bloco registrou a maior apreciação frente ao dólar em seis meses depois que o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, apoiara novas altas das taxas de juros europeias. Outra notícia de impacto sobre o euro é a recuperação de território ucraniano por parte da Rússia. A moeda comum disparou 1,2%.

🪖 Geopolítica no radar. A Rússia atacou centrais elétricas muito atrás das linhas ucranianas, provocando apagões em todo o nordeste do país, enquanto as forças de Kiev levaram a cabo uma ofensiva relâmpago que reverteu meses de avanços de Moscou. Os eventos reavivam as dúvidas sobre a disposição das peças no tabuleiro geopolítico e como tudo isso afeta a crise energética e a inflação galopante na Europa.

→ Assim se movimentam os mercados esta manhã:

As ações europeias e os futuros de índices nos EUA voltavam a subir nesta segunda-feira, em direção contrária à do dólar.

Os operadores se orientam pela perspectiva de que a inflação está perto de alcançar um teto, a despeito da retórica mais agressiva dos membros do Fed.

O índice europeu Stoxx 600 subia pela terceira sessão consecutiva, com ações de empresas varejistas e de mineração se destacando. Os futuros atrelados ao S&P 500 e ao Nasdaq 100 também avançavam. Ao mesmo tempo, os bônus do Tesouro com prazo de 10 anos ganhavam valor, pedindo prêmios menores. O petróleo subia, no mesmo passo do bitcoin, que toca o máximo em três semanas.

🟢 As bolsas na sexta: Dow Jones Industrials (+1,19%), S&P 500 (+1,53%), Nasdaq Composite (+2,11%), Stoxx 600 (+1,52%), Ibovespa (+2,17%)

O mercado nos EUA acelerou seu rali com os sinais de que o Fed continuará com seu tom aguerrido para controlar a inflação mais alta dos últimos 40 anos. Os investidores se mostraram mais propensos a riscos e o S&P 500 terminou a semana com três dias seguidos de ganhos.

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriados: China e Hong Kong (Festival da Lua)

EUA: Expectativas de Inflação ao Consumidor

Europa: Reino Unido (Expectativas da Inflação, Produção do Setor de Construção/Jul, PIB; Balança Comercial/Jul); Itália (Produção Industrial/Jul); Portugal (IPC/Ago)

Ásia: Japão (Encomendas de Ferramenta Mecânica)

América Latina: Brasil (Boletim Focus)

Bancos Centrais: Pronunciamentos de Luis de Guindos e Isabel Schnabel (BCE)

📌 Para a semana:

Terça: EUA (IPC/Ago)

Quarta: Reino Unido (IPC/Ago); EUA (IPP/Ago); Japão (Produção Industrial/Jul; Utilização da Capacidade Instalada/Jul)

Quinta: EUA (Estoques do Comércio, Vendas no Varejo, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Índice Empire State de Atividade Industrial/Set)

Sexta: Zona do Euro (IPC); EUA (Sentimento do Consumidor -Universidade de Michigan); China (Vendas de Casas, Vendas no Varejo, Produção Industrial, Taxa de Desemprego)

(Com informações da Bloomberg News)