Bloomberg Línea — Apesar da queda nos preços do metro quadrado residencial na América Latina, os bairros mais exclusivos das capitais da região continuam liderando em valor. Entretanto, a situação de cada país faz uma diferença no preço do terreno.
Para comparar os custos nos diferentes países, foi realizada a conversão de moeda correspondente ao final de agosto. Em alguns países, a própria cotação dos imóveis é feita em dólar. Nesses casos, foi usado o próprio valor de referência.
Usando essa forma de cálculo, Buenos Aires, a capital argentina, é a que apresenta os valores mais altos para o metro quadrado de seu bairro mais exclusivo. Os preços em Puerto Madero são 9% mais altos do que o segundo bairro mais caro na América Latina, o Bosques de Chapultepec, na Cidade do México.
Em sexto lugar no ranking, o bairro mais caro da capital Brasília é o Setor de Clubes Esportivos Sul, com o preço de R$ 14.703 (US$ 2.925) por metro quadrado. Embora São Paulo e Rio de Janeiro tenham bairros com preços mais altos por metro quadrado, apenas as capitais de cada país foram consideradas para esta pesquisa.
Com base em pesquisas das principais plataformas e corretoras da América Latina, a Bloomberg Línea preparou um ranking dos metros quadrados mais caros das principais capitais da região para o mês de julho.
Buenos Aires, Argentina
De acordo com a plataforma imobiliária Zonaprop, o preço médio por metro quadrado na cidade de Buenos Aires era de US$ 2.265 por m² em julho deste ano. Até agora, este ano, os preços caíram 3,8%.
Puerto Madero é o mais caro se levarmos em conta os metros quadrados a serem lançados, chegando a US$ 6.171. O bairro de Palermo segue logo atrás, com US$ 3.184 por m², e Belgrano (US$ 3.235 por m²), uma tendência que se manteve ao longo dos anos.
Puerto Madero se caracteriza por sua localização ao longo dos quatro diques que formam o bairro e a poucos metros do microcentro de Buenos Aires e possui inúmeras torres residenciais que convivem com o centro corporativo de Catalinas e um centro gastronômico que serve como foco de atração para os turistas que chegam à cidade.
Cidade do México, México
Na Cidade do México, o preço médio por metro quadrado era de 36.958 pesos mexicanos por metro quadrado, ou cerca de US$ 1.848, em julho deste ano. Segundo a Inmuebles24, durante o ano, o valor do metro quadrado caiu 3,6%, e levando em conta a inflação, a queda real é de 8,1%. Somente o segmento de novos apartamentos segue resiliente, registrando um aumento de preço de 1,0% em 2022.
Os bairros com o metro quadrado mais caro são: 1ª Seção de Bosque de Chapultepec, com 113.950 pesos mexicanos (US$ 5.661); Bosques de Chapultepec, com 98.753 pesos mexicanos (US$ 4.906); e Rincón del Bosque, com 96.587 pesos mexicanos (US$ 4.799).
Já o distrito Miguel Hidalgo tem o preço mais alto da cidade entre as 16 subdivisões territoriais administrativas da capital mexicana: 53.061 pesos mexicanos por m², ou cerca de US$ 2.652. Na área, lojas de luxo, uma grande variedade de restaurantes e sedes corporativas ficam próximas do principal pulmão verde da cidade.
Santiago, Chile
Na capital do país andino, Vitacura, Las Condes e Lo Barnechea são os bairros que estão no topo do ranking por valor por metro quadrado. Deve-se esclarecer que no Chile os preços das propriedades são fixados em Unidade de Fomento, valor reajustado de acordo com a inflação.
De acordo com o site de compra e venda de imóveis Houm, o posicionamento dos bairros no ranking varia de acordo com o tipo de imóvel. No caso de uma casa, o m² mais caro está em Vitacura, onde o valor é de 109 Unidades de Fomento (UF), ou cerca de 3.686.526 pesos chilenos (US$ 4.110). Em seguida estão Las Condes, com 95 UF (3.213.027 pesos chilenos ou US$ 3.582) e Lo Barnechea, com valor de 89 UF (3.010.099 pesos chilenos ou US$ 3.356).
No caso de apartamentos, Vitacura também ocupa o primeiro lugar com 101 UF (3.415.955 pesos chilenos ou US$ 3.909). Atrás estão Lo Barnechea com 100 UF (3.382.134 pesos chilenos ou US$ 3.771) e Las Condes com 96 UF (3.246.848 pesos chilenos ou US$ 3.620).
Montevidéu, Uruguai
Na capital uruguaia, o valor por metro quadrado foi em média de US$ 2.463 em julho deste ano, segundo o Índice Global Inmuebles Data, compilado pela plataforma El Gallito. Os valores por metro quadrado variam dependendo do tipo do imóvel – um apartamento fica em US$ 2.615 por m², e uma casa, US$ 1.643 por m².
Considerando os terrenos mais carros da capital, o preço médio mais alto por metro quadrado está na área do Clube de Golfe: US$ 3.945 por metro quadrado. Em seguida, vêm Puerto Buceo, com US$ 3.729 por m², e Villa Biarritz, com US$ 3.304 por m².
Bogotá, Colômbia
Na capital Bogotá, o preço por metro quadrado dos imóveis à venda caiu 6,76% em julho em comparação com o mês anterior. Assim, o valor médio para o mês foi de 8.450.757 de pesos colombianos (US$ 1.933) por m², de acordo com o site Properati.
Entre os bairros que se destacam estão El Refugio I, em Chapinero, com valor de 13.793.103 pesos colombianos (US$ 3.155) por m²; Ginebra, em Usaquen, com 13.234.174 pesos colombianos (US$3.027) por m²; e San Gabriel Norte Ii, em Usaquen, com 13.174.713 pesos colombianos (US$ 3.013) por m².
Chapinero é uma área mista de residências e lojas, escritórios, institutos educacionais e centros de saúde, entre outros. O local é uma das áreas economicamente mais ativas de Bogotá.
Brasília, Brasil
Na capital da maior economia da América Latina, o valor por metro quadrado para julho deste ano ficou em R$ 11.793, ou cerca de US$ 2.346. Até agora em 2022, os preços subiram 5,9%, segundo o portal imobiliário Imovelweb.
Em Brasília, o Setor de Clubes Esportivos Sul é o bairro com o preço mais alto por m² a R$ 14.703 (US$ 2.925). Logo atrás estão a Superquadra Noroeste com R$ 14.480 (US$ 2.881) por m² e a Noroeste com R$ 13.619 (US$ 2.709) por m².
A área mais exclusiva da capital brasileira está localizada na margem artificial do Lago Paranoá. No Setor de Clubes Esportivos Sul, as atividades ao ar livre marcam o ritmo do bairro, com predominância de atividades aquáticas. O exclusivo Clube de Golfe, o Centro Cultural Banco do Brasil, projetado por Niemeyer, e um polo gastronômico com vista para a Ponte Juscelino Kubitschek oferecem a culinária internacional e local.
Cidade do Panamá, Panamá
O preço médio por metro quadrado na Cidade do Panamá aumentou 0,2% durante julho, chegando a US$ 2.070 por m², um nível semelhante ao de julho de 2021, de acordo com o site de compra e venda de imóveis Compreoalquile. Até agora, em 2022, houve um aumento acumulado de 0,6%.
Entre os bairros com os valores mais altos está Barriada Costa las Perlas, com uma média de US$ 2.900 por m². Esta área residencial fica próxima de Costa Bay e de Costa Dorada.
Em seguida, estão Santa María (US$ 2.811 por m²) e San Felipe (US$ 2.801 por m²). Todos esses bairros estão localizados na região sudeste, onde a média é de US$ 2.421 por m².
Lima, Peru
Na capital peruana, o valor médio é de 6.521 soles por m², ou cerca de US$ 1.703,50 (à taxa de câmbio de 29 de agosto deste ano). Assim, o m² em Lima diminuiu 0,4% em julho e acumula seis meses consecutivos de queda (-2,7%), de acordo com a plataforma Urbania.
Nos últimos 12 meses, os preços caíram 0,5%, bem abaixo da inflação. Entretanto, os bairros que ostentam o metro quadrado mais caro estão em San Isidro Sur, que é a área mais cara da cidade, com 11.415 soles (US$ 2.982) por m² em média.
No ranking dos bairros estão: Barranco com 9.233 soles (US$ 2.411) por m²; San Isidro, com 9.038 soles (US$ 2.361) por m²; e Miraflores, com 8.627 soles (US$ 2.253) por m².
Berço de Mario Testino e lar de Mario Vargas Llosa, Barranco é um dos bairros mais pitorescos de Lima e foi durante muitos anos o lugar de descanso das grandes fortunas de Lima. De acordo com a National Geographic, é o lugar preferido de artistas e peruanos que buscam esse ambiente de galerias, lojas, arte de rua, brunch, áreas charmosas para passear e boates para festas. É apenas um dos 43 distritos do Peru, mas graças a todos esses ingredientes, é o único na lista dos bairros da moda.
Quito, Equador
Em Quito, o preço médio por metro quadrado na cidade era de US$ 1.253 em julho deste ano. Portanto, após 24 meses consecutivos de queda, no sétimo mês do ano os preços médios estão estáveis, de acordo com a plataforma imobiliária Plusvalía. Os valores dos imóveis acumularam queda de 1,5% até agora em 2022; mesmo considerando a inflação (0,16%), a queda real é de 4,1 pontos percentuais.
Entre os bairros mais exclusivos de Quito está Cumbayá, que registra o valor mais alto – US$ 1.666 por m². Ali estão vários conjuntos habitacionais privados e a Universidade de São Francisco de Quito. Há também um grande número de espaços verdes com áreas gastronômicas e comerciais.
Em termos de preços, o bairro é seguido por Iñaquito, com US$ 1.448 por m², e Tumbaco, com US$ 1.348 por m².
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