Bloomberg Línea — Com a morte da Rainha Elizabeth II nesta quinta-feira (8), o rei Charles III assume o trono do Reino Unido. O novo monarca, de 73 anos, visitou o Brasil quatro vezes, quase sempre protagonizando eventos sobre a temática ambiental no país.
Entre as quatro viagens, a que teve o contorno político mais ativo foi em 1991. Foi a segunda visita ao Brasil e ocorreu mais de dez anos após a primeira, em 1978.
Acompanhado da então princesa Diana - falecida em um acidente de carro em 1997 -, a estadia estava ligada aos preparativos da Eco-92, a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que aconteceria no ano seguinte no Rio de Janeiro.
Ambientalista de longa data, que hoje defende cultivos orgânicos e combustíveis renováveis, Charles e Diana se encontraram com o então presidente Fernando Collor de Melo, que depois foi com o então herdeiro até Belém, no Pará, para encontros e debates sobre a Amazônia. Diana ficou no Rio de Janeiro.
O casal ficou cinco dias no Brasil, passando, além de Belém, pelo Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Aracruz (ES) e Carajás (PA).
Posteriormente, Charles esteve no Brasil em 2002 e em 2009 - nesta última, acompanhado da atual esposa, Camilla.
Outros países da América Latina
Em suas últimas viagens, o então príncipe de Gales visitou em 2019 pelo menos dez ilhas do Caribe, ex-colônias britânicas, além de Cuba, onde teve um encontro com o presidente Miguel Díaz-Canel, sucessor de Raúl Castro.
Um pouco antes, em 2014, ele fez a primeira visita oficial à Colômbia, junto com sua esposa, Camila, duquesa da Cornualha, para um encontro com o então presidente, Juan Manuel Santos.
As conversas, na ocasião, giraram em torno da proteção do meio ambiente e do processo de paz promovido por Santos. O atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro, recebeu os cumprimentos da rainha Elizabeth II após a posse em agosto passado.
No caso da Venezuela, o filho mais velho de Elizabeth II só esteve em visita privada em 1989, numa viagem que durou três dias, e na qual visitou Puerto Ayacucho e Barinas, onde percorreu o Instituto de Agricultura Simón Bolívar, criado conforme uma proposta do herdeiro da coroa britânica ao presidente Carlos Andrés Pérez em 1978.
A administração de Nicolás Maduro, que está em disputa pela devolução do controle de 31 toneladas de ouro armazenadas no Banco da Inglaterra, e recorreu a cartas da Rainha para revelar o reconhecimento de seu governo, e segue com expectativas de conversas com Charles.
Em suas viagens pela América Latina, o herdeiro sempre procurou evitar questões críticas ou meramente políticas, como foi o caso de sua visita à Argentina em 1999, quando se esperava que ele abordasse a discórdia sobre as Malvinas e, em vez disso, preferiu falar de reconciliação.
O jornal El País da Espanha noticiou na ocasião que o rei Charles estava disposto a transmitir uma mensagem do povo britânico aos moradores das ilhas, o que reforçaria o seu apoio. Sua viagem ao arquipélago foi feita sem a companhia do então presidente argentino, Carlos Menem.
O monarca esteve cinco vezes em visita privada ao México, segundo o veículo Vanidades, sendo a última em 2014, junto com sua esposa Camilla, para encontros com o presidente Enrique Peña Nieto e a alta sociedade mexicana, que foram descritos como “joviais e divertidos”.
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