A fortuna de 500 milhões de libras deixada pela Rainha Elizabeth II

Monarca havia acumulado fortuna pessoal, mas o agora Rei Charles III só herdará o que foi especificamente destinado a ele no testamento

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Bloomberg Línea — A Rainha Elizabeth II, que morreu nesta quinta-feira (8) aos 96 anos depois de um reinado de sete décadas, acumulou ao longo da vida um patrimônio que inclui coleções de obras de arte e joias, imóveis, além de aplicações financeiras pessoais.

No total, a fortuna pessoal da rainha é estimada em 500 milhões de libras esterlinas (aproximadamente R$ 3 bilhões em valores atuais), de acordo com uma análise feita pela revista Forbes no ano passado. De acordo com o Business Insider, entre os imóveis de Elizabeth II, está o castelo de Balmoral, na Escócia, onde ela morreu,

A Rainha Elizabeth II também havia herdado 70 milhões de libras da Rainha Mãe, Elizabeth, morta em 2002.

O Rei Charles III não vai herdar todo o valor. Pelas regras da Operação London Bridge, um conjunto de protocolos adotados pelo Reino Unido no caso da morte do chefe de Estado, o filho da Rainha só herdará o que foi especificamente destinado a ele, de acordo com reportagem da BBC.

O patrimônio da família real

A maior parte da fortuna, no entanto, está nos bens da Coroa. No total, o valor estimado do patrimônio da família real é de R$ 28 bilhões de libras (aproximadamente R$ 168 bilhões).

Essa é a quantia administrada pela Casa de Windsor, a dinastia da qual fazem parte o novo Rei Charles III e seus herdeiros, além da Rainha Elizabeth, conforme reportagens da Forbes, do New York Times e do Business Insider.

A fortuna exata da Casa de Windsor não é conhecida. O que existem são estimativas conforme cálculos feitos a partir de informações públicas.

A origem do dinheiro são os royalties pagos pela transmissão dos megaeventos da Coroa e a renda do turismo nas instalações da Coroa. A família real também recebe repasses públicos a partir da arrecadação tributária.

Uma parte dos recursos vem do chamado Sovereign Grant, um fundo composto por transferências anuais a partir de um acordo feito entre o rei George III (1738-1820) e o Parlamento. Entre 2021 e 2022, o fundo arrecadou 86 milhões de libras, segundo a Coroa Britânica. É desse fundo que sai o dinheiro usado para pagar as contas da família Windsor e a manutenção do Palácio de Buckingham.

O Sovereign Grant, hoje, integra o chamado Patrimônio da Coroa (Crown Estate, na nomenclatura oficial), estimado em 19,5 bilhões de libras. De acordo com as informações divulgadas pela Coroa, o portfólio do patrimônio é de 15,6 bilhões de libras em 2022, com lucro líquido de 312,7 milhões de libras no ano fiscal, 43 milhões de libras a mais que no ano fiscal anterior.

Esse dinheiro não é gerido pela família real, mas por um conselho. De acordo com a Fortune, o Sovereign Grant é composto por 15% dos lucros do Patrimônio da Coroa.

Há ainda o Palácio de Buckingham, com valor estimado em 4,9 bilhões de libras; o Ducado de Cornwall, estimado em 1,3 bilhão de libras; o Ducado de Lancaster, de 748 milhões de libras; o Palácio Kensington, de 630 milhões de libras; e a Propriedade da Coroa da Escócia, de 592 milhões de libras.

A Rainha ainda obtinha dinheiro a partir do Privy Purse, um trust mantido pela Coroa Britânica desde o século XIV. Segundo o site do Ducado de Lancaster, o trust tinha, em março de 2022, 652,8 milhões de libras em patrimônio líquido, o que gerou um superávit líquido de 24 milhões de libras - esse superávit ia para a conta pessoal da Rainha.

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