Bloomberg Línea — Depois do primeiro debate entre candidatos, do início do horário de TV e do pagamento de benefícios sociais, mais uma pesquisa confirmou a tendência de estabilidade no cenário eleitoral. A menos de um mês do primeiro turno das eleições, o ex-presidente Lula (PT) segue na liderança, em nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (7), com 44% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue em segundo, com 34%.
Bolsonaro teve alta de dois pontos em relação à pesquisa anterior, divulgada há uma semana, reduzindo a vantagem para dez pontos percentuais - o que está dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos.
Depois deles, vêm os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Simone Tebet (MDB), com 4%. Ciro teve queda de um ponto e Simone, alta de um ponto, em relação ao levantamento anterior, divulgado em 31 de agosto.
A rejeição ao presidente continua sendo a maior entre os candidatos, de 53%, embora tenha caído dois pontos em relação à pesquisa da semana passada. Em julho, a rejeição era de 62%. A rejeição a Lula, a menor entre os presidenciáveis, segue estável em 44% há um mês.
Já a avaliação positiva do governo segue em tendência de alta: 29% consideravam o governo ótimo ou bom no início de julho e agora esse índice está em 32%. A avaliação negativa caiu de 41% para 39% no mesmo período.
Depois de algumas semanas de queda, voltou a subir o índice de pessoas que consideram que o principal problema do país é a economia. A cifra estava em 37% há uma semana, ante 40% na semana anterior, e agora está em 39%. A percepção é generalizada em todos os segmentos de renda, mas é maior em quem ganha até cinco salários mínimos: 39%.
Continuou em queda, no entanto, o índice dos que consideram a inflação o principal problema econômico. Eram 16% dos eleitores há duas semanas e agora são 12%. O campeão dos problemas econômicos passou a ser a “crise econômica”, citada por 14% dos que apontaram a economia como o principal problema do país. Outros 13% citaram o desemprego.
O governo também parece ter conseguido melhorar a imagem da economia nacional com o início da propaganda eleitoral. Na pesquisa divulgada em 17 de agosto, 61% diziam que a expectativa para a economia era de melhora. Hoje, são 69%.
Também vem caindo o número de eleitores que acham que a economia piorou no último ano: eram 64% no final de julho e agora são 48%.
Já o Auxílio Brasil parece não ter tido efeito na vontade do eleitor. O benefício, versão bolsonarista do Bolsa Família, teve o valor recentemente aumentado de R$ 400 para R$ 600 para ser pago até o fim deste ano. O novo valor foi definido em meio a uma emenda constitucional que autorizou o governo a ampliar os gastos orçamentários sem se submeter ao teto de gastos ou à legislação eleitoral. A mesma emenda criou um auxílio gás e um benefício para taxistas e caminhoneiros.
Segundo a pesquisa da Quaest, 86% dos eleitores sabem do novo valor do Auxílio Brasil, enquanto 58% dos pesquisados dizem que Bolsonaro é o responsável pelo aumento e 14% citam o Congresso - embora o valor inicial proposto pelo governo fosse de R$ 200 e os parlamentares é que tenham aumentado a cifra para R$ 400, ainda em 2021.
Só que 40% dos entrevistados pela Quaest disseram que isso não faz diferença na hora do voto. Outros 35% disseram que o novo valor diminui suas chances de voto em Bolsonaro.
A pesquisa ouviu duas mil pessoas em suas casas entre os dias 1 e 4 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. O registro no Tribunal Superior Eleitoral é BR-00807/2022.
Leia também
Gestoras começam a se posicionar para risco de desfecho ‘à la Trump’ na eleição